Com o avanço de surtos de peste suína africana na China, o rebanho de suínos pode cari pela metade até o final deste ano. A projeção é de analistas do Rabobank. O banco estima que o rebanho chinês, já tenha caído em 40% frente ao ano passado.
A projeção vem em meio a especulações na indústria de que a retração tenha sido bem pior que o confirmado por autoridades agrícolas, que neste mês lançaram uma investigação sobre os esforços de autoridades locais para conter a doença.
A China é o maior importador (75%) de soja em grão e sob a forma de farelo vendido pelo Brasil. A engorda de porcos é o principal destino da soja. Uma eventual contração no rebanho chinês vai afetar diretamente as exportações brasileiras. A soja representa 17% de todas as exportações brasileiras. Como a China representa 75% do mercado de soja, o impacto pode ser de alguns bilhões de dólares.
O Rabobank disse que a produção de carne suína da China deve cair em 25% em 2019 na comparação com o ano anterior, uma queda menor que a esperada no rebanho, devido ao grande número de animais sacrificados no primeiro semestre de 2019.
A produção de carne suína, a preferida dos chineses, deverá cair em mais 10% a 15% em 2020, disse o banco em relatório. A produção pode levar então cinco anos para retomar os níveis vistos antes dos surtos de peste suína africana, em meio a desafios que incluem a falta de soluções para prevenir a doença e à falta de capital que deve impactar a recomposição dos estoques.