O Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira(28) o acordo de livre comércio entre os dois blocos. As negociações duravam 20 anos. Para o Brasil, o acordo poderá representar aumento do Produto Interno Bruto de até US$ 87,5 bilhões em 15 anos, segundo o Ministério da Economia.
O volume poderá ser maior, de US$ 125 bilhões, se houver redução das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de produção.
O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras para a UE apresentarão quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio, feito pelo Ministério da Agricultura. Em nota, a entidade, que representa as cadeias do frango e do suíno, diz que o acordo traz benefícios para exportadores de aves, suínos e ovos processados. A cota total de exportações de carne de frango será de 180 mil toneladas no ciclo de 12 meses.
Ainda segundo a nota da ABPA, o volume acordado é expressivo, suficiente para que o Brasil mantenha sua posição com parceiro em prol da segurança alimentar europeia.
A entidade lembra que o acordo também definiu a viabilização de embarques para carne suína e ovos processados brasileiros para o bloco europeu.
A ABPA afirma, também, que 2019 marca um novo momento para o setor de proteína animal do Brasil, “com a possibilidade de embarcar um fluxo maior para um dos mais relevantes mercados consumidores globais”. Para a entidade, o acordo pontuará critérios mais justos e transparentes nos negócios entre os dois blocos.
O acordo não é comemorado pela cadeia do boi. A cota de exportação de carne bovina ficou estabelecida em 90 mil toneladas para o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Trata-se de um volume muito abaixo do potencial exportador do Brasil.