Países do Mercosul são impactados por decisão israelense

Brasil é responsável por mais de 16% da carne vendida ao país

02/04/2019 às 11:56 atualizado por Juliana Casanatto - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Divulgação

O Serviço Veterinário e de Saúde Animal do Ministério da Agricultura de Israel, (IVSAH, na sigla em inglês) emitiu uma nova norma de abate animal que impactou diretamente os países do Mercosul que são exportadores da carne kosher. Este, que é o termo designado para alimentos que seguem as leis judaicas da alimentação, denominadas kashrut, que vão desde o abate até o consumo.

Segundo informações, a decisão afetou principalmente o Uruguai, que é, atualmente, o principal exportador de Israel, com 26,22%; a Argentina segue com 22,5%, Paraguai com 18,39%, e Brasil com 16,41%. Para Felipe Kleiman, diretor e fundador da KLM Kosher Consult, o abate nesses países não estava preocupado com o bem-estar dos animais.

Nesse caso, a decisão que o fim da prática de shackle and hoist, ou acorrentar e pendurar, na qual o animal é arrastado na planta processadora, pendurado com ganchos e imobilizado no piso. Os israelenses querem que seja instaurada a técnica de box rotativo de imobilização de bovinos, que cumpre as obrigações exigidas pelas Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

“O bem-estar animal não é um enfeite, é um ponto de valor agregado, é o que a sociedade nos cobra e nos exige. [Mesmo sendo obrigatório] muitas empresas decidiram não instalar os boxes rotativos”, explicou Kleiman, dizendo que um dos principais motivos desse fato é o alto custo da aparelhagem.

No entanto, ele salienta que o investimento é válido, já que o mercado da carne kosher está cada vez crescendo mais em todo o mundo. O mercado kosher está passando por uma rápida transformação e deve haver um movimento inédito de alternância de empresas nesse mercado tão especializado”, conclui.


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