As coisas mudaram, ainda bem, neste último final de semana no Brasil. China, Egito e Chile anunciaram neste sábado a reabertura de seus mercados para a importação de carne brasileira, o que comprovou a dedicação e, porque não dizer, competência do Governo Brasileiro na figura do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi e mesmo o presidente Temer.
Haver um feedback positivo como esse em tão curto espaço de tempo é algo inédito na cadeia produtiva da carne bovina do Brasil. Para o Agricultura BR, trata-se do resultado direto de esclarecimento que, de fato, as conclusões da investigação da Polícia Federal são localizadas, voltadas principalmente para um fator interno.
O outro, talvez mais relevante, é que não há outro lugar do mundo capaz de fornecer carnes em volume para abastecer os países consumidores.
A China tentou. Fez acordos bilaterais com a Austrália, mas nós sabemos que eles não são capazes de suprir tal demanda.
Em resumo, as decisões tomadas por China, Chile e Egito foram dentro de uma lógica de punir apenas as plantas investigadas, mas também por uma necessidade capaz de saciada apenas por um país. O Brasil.
China – Chile – Egito
- Representação: 20,7% do volume total exportado de carne
- China = 12,6% ou US$ 1,75 bilhões
- Egito = US$ 690 milhões
- Chile = US$ 441 milhões
Juntos, os três países receberam 20,7 por cento de total de exportações brasileiras de carne em 2016. A China foi o maior mercado, com 12,6 por cento do total -- ou 1,75 bilhão de dólares.
O país havia divulgado uma suspensão temporária das importações na segunda-feira, após as denúncias da Polícia Federal sobre supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção, no âmbito da operação Carne Fraca.
Agora, os produtos brasileiros poderão voltar a ser importados pela China, com exceção daqueles provenientes dos 21 frigoríficos sob suspeita, cujas licenças de exportação já haviam sido suspensas pelo governo brasileiro.
Segundo o Ministério da Agricultura, apenas a fábrica da JBS em Lapa, no Paraná, havia exportado para a China nos últimos 60 dias.
Em outra frente, a China também bloqueará e recolherá do país os produtos cujos certificados foram assinados por sete técnicos investigados na operação Carne Fraca.
Agricultura BR