Arco Norte dispara e ganha protagonismo nas exportações de grãos

Com melhorias em infraestrutura e logística multimodal, embarques de milho e soja pela região crescem mais de 50% e reforçam a competitividade brasileira no mercado global

05/06/2025 às 12:20 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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As exportações de milho e soja pelos portos do Arco Norte aumentaram 57% entre 2020 e 2024, saltando de 36,7 milhões para 57,6 milhões de toneladas. O crescimento é atribuído aos investimentos em infraestrutura multimodal, com destaque para a ampliação das ferrovias e maior utilização das hidrovias na Região Amazônica.

A proximidade com áreas em expansão agrícola, como o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), tem impulsionado os investimentos na região Norte, que vem se consolidando como rota estratégica para o escoamento da produção. Os dados constam no Anuário Agrologístico 2025, publicado nesta quinta-feira (5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o levantamento, os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e os localizados no Arco Norte, como Itaqui (MA), Barcarena (PA) e Santarém (PA), responderam por 81,2% das exportações de soja e milho em 2024. Só os portos do Norte foram responsáveis por cerca de 38% desse total.

O superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, destaca que a redução dos custos de frete e a menor distância entre áreas produtoras e os portos tornam essa rota mais atrativa. A maior internalização de fertilizantes também favorece a logística da região central do país.

Entre os portos do Arco Norte, Itaqui e Barcarena lideram o crescimento. No Maranhão, as exportações de milho e soja passaram de 11,21 milhões de toneladas, em 2020, para 20,22 milhões em 2024, um aumento de 80,3%. O transporte ferroviário tem sido decisivo para esse avanço, permitindo maior agilidade e segurança.

Segundo a Conab, cinco grandes projetos estruturam o novo plano ferroviário nacional: FIOL, FICO, Ferrovia Norte-Sul até Vila do Conde (PA), Anel Ferroviário do Sudeste e a Ferrogrão, que ligará o Mato Grosso ao Pará por 933 quilômetros. A expansão ferroviária tem sido viabilizada por concessões antecipadas e incentivos ao capital privado.

As hidrovias também têm ganhado relevância. Entre 2017 e 2025, houve um aumento de 24% no número de armazéns com acesso hidroviário. A região Amazônica lidera o transporte fluvial, escoando quase dois terços da carga nacional por rios que funcionam como rodovias naturais.

O governo federal anunciou neste ano R$ 4,8 bilhões em investimentos nas hidrovias pelo Novo PAC. A meta é ampliar a navegabilidade, gerar empregos e reduzir emissões. Segundo a EPL e o Iema, o transporte hidroviário emite 95% menos CO₂ que o rodoviário e 70% menos que o ferroviário.

Informações: Companhia Nacional de Abastecimento(Conab) 


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