O Brasil acaba de alcançar um marco extraordinário: entre maio de 2024 e abril de 2025, foram exportadas mais de 400 mil toneladas de Feijões, com um faturamento superior a R$ 2 bilhões. Esse feito histórico ocorreu no mesmo período em que os preços para o consumidor brasileiro se mantiveram entre os mais baixos dos últimos cinco anos, demonstrando maturidade e equilíbrio entre mercado interno e externo.
Exportando o excedente, o país cumpre a missão maior do setor: manter o Feijão, o alimento número 1 da cesta básica, acessível a todos os 200 milhões de brasileiros e, ao mesmo tempo, contribuir decisivamente para a segurança alimentar global.
Uma jornada iniciada em 2005
Esse avanço é fruto de uma trajetória iniciada em 2005, quando o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE) começou a articular um trabalho estruturado para transformar o Brasil no maior e melhor exportador de Feijões do mundo, com sustentabilidade e alta tecnologia. Naquele período, começaram as visitas técnicas a centros de pesquisa como Embrapa, IAC e o então IAPAR (hoje IDR-Paraná), com o objetivo de aproximar ciência, produção e mercado, formando uma cadeia mais integrada e eficiente.
A rede que conecta o setor
Com o passar dos anos, a criação de grupos de WhatsApp pelo IBRAFE revolucionou a comunicação e o compartilhamento de conhecimento no setor. Técnicos, agrônomos, produtores,
empacotadores e exportadores passaram a trocar informações e decisões em tempo real, fortalecendo a propagação do conhecimento técnico e favorecendo tomadas de decisão comerciais mais seguras.
Pulse Day e democratização do conhecimento
Outro diferencial dessa evolução é o evento Pulse Day, que reúne produtores nos principais polos produtivos do Brasil, levando informações de mercado, novidades em cultivares, tecnologias demanejo e oportunidades de exportação. O Pulse Day democratiza o conhecimento ao oferecer a pequenos e grandes produtores acesso direto a especialistas, pesquisas e tendências do setor.
O peso do apoio institucional
Todo esse progresso só foi possível graças ao empenho contínuo de instituições como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e os adidos agrícolas brasileiros, que têm construído pontes estratégicas com mercados internacionais.
Nos últimos três anos, a expertise da ApexBrasil foi incorporada de forma decisiva, trazendo inteligência comercial, planejamento e ações de posicionamento global. Além disso, os próprios exportadores, por meio do projeto Brazil Superfoods, criaram uma nova etapa para o setor: a promoção internacional, mostrando ao mundo não apenas os grãos, mas a capacidade do Brasil de produzir com excelência, sustentabilidade e regularidade.
Importante ressaltar: ainda não temos a China aberta para os nossos Feijões. Ou seja, essas 400 mil toneladas exportadas foram conquistadas sem acesso ao maior importador mundial - o que revela um potencial ainda maior para os próximos anos.
500 mil toneladas no horizonte
Até recentemente, estimava-se que o Brasil alcançaria 500 mil toneladas exportadas de Feijões até 2027 ou 2028. Com o desempenho atual, essa meta poderá ser atingida antes, resultado direto de investimentos em pesquisa, evolução genética, mecanização, qualidade de sementes, adoção de produtos biológicos e inteligência de mercado.
Do campo aos foguetes que dão ré
Vivemos em um mundo de avanços acelerados - carros elétricos, inteligência artificial, foguetes que dão ré - mas nada disso funciona sem aquilo que muitas vezes passa despercebido: o alimento de qualidade, três vezes ao dia, todos os dias. O Brasil tem alimentado o presente e o futuro, sustentando a inovação global com sua base produtiva.
Sustentabilidade como liderança global
O Brasil é um dos países mais cobrados do mundo em termos de sustentabilidade na produção de alimentos. Essa pressão desafiadora transformou-se em liderança. Hoje, o Brasil se destaca como o melhor produtor de alimentos do planeta, unindo responsabilidade ambiental, rastreabilidade e eficiência produtiva.
Mais que grãos, exportamos futuro
Cada saca de Feijão exportada carrega décadas de pesquisa, colaboração institucional, inteligência de mercado e compromisso com a segurança alimentar do planeta.
Esse movimento começou com uma ideia, uma visita a um centro de pesquisa, e a coragem de acreditar que era possível. Hoje, graças ao trabalho conjunto entre setor produtivo, academia, instituições públicas e empreendedores, o Feijão brasileiro conquistou protagonismo global - e essa história está apenas começando.
Com informações, Assessoria IBRAFE - Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses