O governo chinês reiterou críticas à revisão feita pelos Estados Unidos nas diretrizes sobre o controle de exportação de chips de inteligência artificial (IA). Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 19, o porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que, embora os EUA tenham suavizado a linguagem do documento, "as medidas discriminatórias e a essência distorcida do mercado permanecem inalteradas" e violam a trégua alcançada durante conversas na Suíça.
O comunicado da China aponta que a nova versão do texto publicado em 12 de maio pelo Departamento de Comércio dos EUA substituiu a afirmação de que "usar chips Ascend da Huawei em qualquer lugar do mundo viola as leis de controle de exportação dos EUA" por um "alerta ao setor sobre os riscos do uso de chips chineses avançados, incluindo determinados chips Ascend da Huawei".
Segundo o porta-voz, após a divulgação do guia, "a China recorreu ao mecanismo de consultas econômicas e comerciais sino-americanas para protestar em diferentes níveis", alegando que a diretriz "viola gravemente o consenso alcançado nas conversas de alto nível em Genebra".
O governo chinês acusou os EUA de abusar dos controles de exportação "com pretextos infundados" e de interferir "até mesmo no uso doméstico de chips fabricados na própria China por empresas chinesas". Para Pequim, trata-se de "um ato típico de intimidação unilateral, ao qual a China se opõe firmemente".
"A tentativa de derrubar os outros não fará com que se corra mais rápido", disse o porta-voz, afirmando que o protecionismo dos EUA "acabará prejudicando sua própria competitividade industrial". Pequim instou Washington a "corrigir imediatamente seus erros" e declarou que, se os EUA "continuarem prejudicando substancialmente os interesses chineses", a China "tomará medidas firmes para defender seus direitos legítimos".