Mapa e IICA promovem seminário para dialogar a validação de ações estratégicas para a implementação do Projeto Cacau Brasil Agrofloresta

Além dos benefícios ambientais, o projeto promoverá a sustentabilidade na produção cacaueira, beneficiando social e economicamente cerca de 70 mil agricultores

14/05/2025 às 11:42 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por intermédio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promoveram nesta terça-feira, em Brasília (DF), o Seminário de Encerramento e Validação do Projeto Cacau Brasil Agrofloresta – “Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas em Sistemas Agroflorestais na Produção de Cacau nos Biomas Amazônia e Mata Atlântica”.

O evento reuniu produtores, gestores públicos, representantes de instituições privadas e de organizações da sociedade civil para avaliar os impactos do projeto, trocar experiências e validar as metodologias, reforçando o compromisso coletivo com um modelo de produção que alia conservação ambiental, inclusão social e viabilidade econômica.

De acordo com o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), Pedro Neto, o Projeto Cacau Brasil Agrofloresta será um apoio estratégico na consolidação da cadeia produtiva do cacau e na sua retomada de expansão, contribuindo para o fortalecimento da Ceplac e para a valorização do fruto brasileiro no mercado internacional.

“As práticas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas sugeridas no projeto vão potencializar os sistemas agroflorestais na cadeia produtiva do cacau, uma cultura importante e estratégica do ponto de vista ambiental, social e econômico”, afirmou Neto.

O coordenador de Operações do IICA Brasil, Christian Fischer, ressaltou o papel estratégico do Brasil no setor agropecuário e sua enorme responsabilidade de liderar ações concretas para reduzir emissões, conservar florestas e promover o desenvolvimento rural inclusivo. “Esta proposta não é apenas um plano, mas um caminho realista e inovador para promover uma agricultura resiliente, e seu sucesso está ancorado em uma parceria sólida entre três instituições fundamentais – Mapa, Ceplac e IICA. Com esse projeto, esperamos alcançar resultados significativos e reduzir a emissão de aproximadamente 5,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.”

Para a produtora Cleide Andrade dos Santos, da Fazenda Conjunto Estrela-Guia do Sul, em Itajuípe (BA), quando aprovado, o projeto trará condições para que o cacauicultor possa produzir com mais consciência ambiental, qualidade e sustentabilidade, agregando valor e visibilidade ao produto nacional. “Esse projeto será um marco para nós, produtores, e para o cacau brasileiro.”

PROJETO CACAU BRASIL AGROFLORESTA

O Projeto Cacau Brasil Agrofloresta, financiado pelo programa GCF (Green Climate Fund), tem como objetivo central fortalecer a capacidade adaptativa das comunidades cacaueiras frente às mudanças climáticas, reduzindo a vulnerabilidade dos ecossistemas nas regiões da Transamazônica, no Pará (Bioma Amazônia), e no sul da Bahia (Bioma Mata Atlântica), cujo papel é estratégico para o fortalecimento da produção cacaueira sustentável no Brasil.

Entre os principais aspectos, destaca-se a promoção de sistemas agroflorestais com cacau em áreas degradadas, transformando o solo em sumidouros de carbono e promovendo aumento de renda para agricultores familiares. Além dos benefícios ambientais, o projeto promoverá a sustentabilidade econômica na produção cacaueira, beneficiando cerca de 70 mil agricultores.

O projeto prevê ainda o fortalecimento institucional, com a capacitação de autoridades públicas regionais para o monitoramento dos estoques de carbono e para a promoção de melhores práticas agrícolas. Contribuirá também para a criação de condições favoráveis à ampliação do crédito agrícola, ao acesso a mercados de carbono e às compras públicas, promovendo um ambiente mais propício ao desenvolvimento sustentável da cadeia do cacau.

De acordo com o diretor da Ceplac, Paulo Marrocos, as pesquisas feitas pela instituição levaram ao desenvolvimento de sistemas agroflorestais adaptados às condições tropicais brasileiras, onde o cacaueiro é cultivado em harmonia com espécies frutíferas e florestais nativas. Esses sistemas são reconhecidos como alternativas sustentáveis ao desmatamento, permitindo a recuperação de áreas degradadas.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária


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