Efeito Estufa: Epamig vai avaliar alternativas para reduzir a emissão de metano na pecuária bovina

Reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa é um compromisso do Governo de Minas, detalhado no Plano Estadual de Ação Climática

24/04/2025 às 11:27 atualizado por Laura Diaz - SBA | Siga-nos no Google News
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Estudar as tecnologias para reduzir a emissão de gás metano, emitido por bovinos, é o principal objetivo do projeto que está sendo elaborado pela Empresa Pesquisa Agropecuária Mineira (Epamig). O estudo vai auxiliar o Governo de Minas no cumprimento das metas previstas no Plano Estadual de Ação Climática (PLAC) para neutralizar as emissões líquidas de carbono até 2050. Em relação à pecuária, a meta é reduzir a emissão de metano em 36% até 2030 na comparação com a década anterior.

O aquecimento global é o somatório de emissão de diversos Gases de Efeito Estufa (GEE) emitidos por diversos setores produtivos, uso de combustível fóssil como o petróleo e desmatamento. A pecuária também é um segmento muito cobrado, por conta da emissão do metano, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global. Ele é produzido dentro do rúmen do bovino, que é uma das quatro partes do estômago do animal. A maior parte desse gás é expelida pelo arroto e uma parte menor pelo “pum” do animal.

Minas Gerais tem o quarto maior rebanho bovino do país e lidera a produção de leite, respondendo por 27% da produção nacional. O Inventário de Emissões e Remoções de GEE, elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), mostra que a pecuária bovina contribui com cerca de 70% das emissões do setor agropecuário, daí a importância da implementação de ações para uma pecuária neutra.

Segundo a pesquisadora e coordenadora de bovinocultura da Epamig, Edilane Aparecida da Silva, o projeto apresentará alternativas para reduzir a emissão de metano entérico (resultado do processo digestivo) em bovinos de leite. "Um dos caminhos é estudar os produtos disponíveis no mercado, que são acrescentados na dieta do animal e avaliar a redução da formação do gás metano no processo de fermentação do animal. Esse seria um caminho para ser direcionado a curto prazo", explica.

Uma outra vertente da pesquisa, com resultados a médio prazo, é a avaliação do uso de óleos essenciais e oleaginosos, como o caroço de algodão e o óleo de soja, testando qual poderia ser utilizado na dieta para mitigar a produção do metano, sem perder a eficiência na produção do animal.

"Também serão feitos testes de produtos em laboratório. Aqueles que conseguirmos comprovar resultados positivos na redução do metano nos estudos laboratoriais, vamos avaliar em bovinos leiteiros. O projeto de pesquisa está pronto para ser apresentado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e às instituições financiadoras", explica a pesquisadora Edilane Aparecida.

Plano Estadual

O Plano Estadual de Ação Climática (PLAC) foi modificado com o objetivo de condução do Governo de Minas ao cumprimento dos compromissos reforçados na campanha global Race To Zero (Corrida para o Zero) para zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

Minas Gerais foi o primeiro Estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha. O acordo foi formalizado pelo governador Romeu Zema e pelo embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, em 2021, em evento na Cidade Administrativa.

Para o setor agropecuário, além da redução de emissões de metano na pecuária bovina, O Plano Estadual prevê a promoção da agricultura de baixa emissão de carbono e da agricultura orgânica, além e do uso de resíduos agropecuários na produção de energia em substituição aos combustíveis fósseis. As ações são coordenadas pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e, além da Epamig, conta com o apoio da Emater-MG.

Fonte: Seapa


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