Chile abre mercado para carne suína do Paraná, impulsionando exportações brasileiras

A medida fortalece a presença do Brasil no comércio internacional e amplia as oportunidades para o setor suinícola paranaense, consolidando a parceria entre os dois países

23/04/2025 às 11:33 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA | Siga-nos no Google News
:

O Chile reconheceu o Paraná como zona livre de febre aftosa sem vacinação, permitindo a importação de carne suína de produtores paranaenses. O anúncio oficial deve ocorrer durante a visita do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil.

A decisão foi antecipada pelo ministro da Agricultura chileno, Esteban Valenzuela, “Reconhecemos que o Paraná está livre de febre aftosa e, portanto, poderemos receber carnes deste estado muito importante do sul do Brasil”, anunciou Valenzuela, nas redes sociais.

Segundo o ministro, essa iniciativa faz parte dos esforços para fortalecer as relações comerciais entre Brasil e Chile, no setor agropecuário. Ele também mencionou que as autoridades chilenas estão em negociações para a compra de carne de outras unidades federativas brasileiras que atendam às exigências fitossanitárias do Serviço Agrícola e Pecuário (SAG) do Chile.

O reconhecimento do Chile é uma demanda antiga dos frigoríficos paranaenses, conforme destacou Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa. “Este é um pleito muito antigo do estado [Paraná] […] e, logo, logo, as empresas paranaenses deverão estar exportando carne suína para o Chile”, comentou Rua, classificando como “muito importante” o anúncio.

Em 2024, o Paraná foi o terceiro maior exportador de carne suína entre os estados livres de aftosa. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), as exportações de carne suína em 2023 totalizaram 1,352 milhão de toneladas, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde para o setor, que gerou cerca de US$ 3,03 bilhões em vendas externas.

Do total exportado, o Paraná contribuiu com 185,5 mil toneladas, ficando atrás apenas de Santa Catarina (730,7 mil toneladas) e Rio Grande do Sul (289,9 mil toneladas). O reconhecimento chileno abre novas oportunidades para o estado no mercado internacional.

Em contrapartida, o Brasil também anunciou a abertura de seu mercado para a compra de mel chileno. “Há uma grande notícia para nosso [chileno] setor apícola. O Brasil decidiu autorizar o ingresso [em território brasileiro] de nossas exportações de mel”, acrescentou Esteban Valenzuela.

Desde 2021, a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) reconhece o Paraná como um dos estados brasileiros livres de febre aftosa sem vacinação, ao lado de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso. Esse reconhecimento internacional é visto como um avanço importante para o estado, permitindo acesso a mercados que pagam mais por produtos com essa certificação de qualidade.

Além disso, em maio de 2024, o governo brasileiro anunciou que todo o rebanho nacional está livre da febre aftosa, após o fim da última campanha nacional de imunização. A autodeclaração nacional é um passo necessário para que a Omsa reconheça o status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação para o restante do território brasileiro.

Informações: Agência Brasil 


Últimas Notícias