Chimarrão com inovação debate esporotricose e novas abordagens no combate à doença

O evento 'Chimarrão com Inovação' reuniu especialistas para discutir estratégias e avanços no enfrentamento da esporotricose, destacando novas soluções para o controle e prevenção da doença

08/04/2025 às 10:32 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA | Siga-nos no Google News
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A esporotricose, uma doença causada por fungos do gênero Sporothrix spp, será o tema do próximo Chimarrão com Inovação, um evento online e gratuito que ocorrerá nesta sexta-feira (11/4), às 10h, pelo canal do DDPA no YouTube. A palestra será conduzida pelo médico veterinário e pesquisador do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal (IPVDF), Flávio Silveira.

Silveira explica que a esporotricose é uma micose infecciosa emergente, de caráter crônico, que afeta tanto humanos quanto animais. “É causada pela introdução, por meio de traumas cutâneos ou subcutâneos, de fungos do complexo Sporothrix schenckii. Atualmente, a doença é considerada a epidemia zoonótica que mais cresce no Brasil devido ao surgimento da espécie Sporothrix brasiliensis da qual os felinos são os principais transmissores para humanos e outros animais”, comenta.

O objetivo da palestra é apresentar o panorama da epidemia de esporotricose animal na região metropolitana de Porto Alegre, abordando características fenotípicas e genotípicas do agente causador, o perfil de resistência a antifúngicos e a caracterização epidemiológica dos casos na região, que é uma das mais afetadas no Rio Grande do Sul.

Silveira destaca que, após a enchente de 2024, o número de casos de esporotricose aumentou 172,57% no município de Guaíba. Antes da enchente, 22% das 64 amostras testadas em animais (felinos e caninos) deram positivo para a doença. Após a enchente, em 85 amostras testadas, 56% resultaram positivos.

O aumento no número de casos pode estar relacionado à aglomeração de animais em abrigos ou lares temporários, onde a transmissão do agente infeccioso pode ocorrer. Silveira observa que a doença tem um período de incubação de três a quatro meses, o que explica o aumento de amostras recebidas para exame após a enchente.

O IPVDF tem trabalhado no tema desde 2023, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com financiamento do CNPq. Uma nova pesquisa está sendo iniciada para investigar se os animais positivos após a enchente passaram por abrigos.

Silveira finaliza ressaltando que a esporotricose é transmitida por inoculação do agente diretamente na pele ou no tecido subcutâneo, geralmente por arranhões ou mordeduras de outros animais doentes, ou por farpas de madeira e espinhos de plantas contaminadas, sendo esta última forma rara.

Informações: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação RS


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