Alta do cacau deve impactar os preços dos chocolates na Páscoa

Consultoria Agro do Itaú BBA prevê encarecimento de produtos e diminuição do tamanho das barras

03/04/2025 às 15:15 atualizado por Laura Diaz - SBA | Siga-nos no Google News
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A menor oferta e o consumo resiliente elevaram os preços do cacau na safra passada e, como efeito, há um repasse para os preços do chocolate, de acordo com a Consultoria Agro do Itaú BBA. No entanto, a indústria chocolateira tem adotado uma série de estratégias para evitar que o alto custo chegue ao consumidor, principalmente com a proximidade da Páscoa, época do ano em que os chocolates se tornam o principal alvo da população: vender porções menores e oferecer uma variedade maior de produtos.

As condições climáticas em vários países da África, marcadas pela escassez e excesso de chuvas, e o aumento de pragas e doenças, principalmente de origem fúngica, impactaram a produção do cacau no continente africano, que atualmente é o maior produtor mundial da amêndoa. “O envelhecimento das árvores, práticas ecológicas e o baixo volume de investimentos nas atividades na Costa do Marfim e Gana, os dois países principais produtores e que juntos somaram 2,2 milhões de toneladas na última safra, deixaram uma safra mais suscetível ao clima, o que afetou diretamente a produtividade e, consequentemente, os estoques globais da commodity”, afirma Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.

O cacau utilizado na produção dos chocolates encontrados nas prateleiras dos supermercados nos dias de hoje foi comprado no fim do ano passado. Por esse motivo, os preços refletem a alta de 130% que atingiu o preço do cacau em 2024, sendo uma commodity agrícola com maior nível de encarecimento no consolidado do ano passado, segundo a Consultoria Agro do Itaú BBA. Para a próxima safra do Brasil, nossos principais estados produtores são Bahia e Pará, responsáveis por 95% da produção nacional, a previsão é de maior produtividade, o que deve levar ao aumento da oferta e diminuição dos preços, que devem seguir em patamares altos, mas inferiores ao quadro atual, aponta o Itaú BBA.

Fonte: Itaú BBA


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