A multinacional francesa Louis Dreyfus Company (LDC) anunciou a construção da maior usina de biogás do mundo, movida a resíduos cítricos, em Bebedouro, interior de São Paulo. A planta, que terá o apoio do governo estadual, converterá subprodutos da citricultura em energia renovável.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, destacou o caráter pioneiro do projeto. “É a primeira planta do Brasil a produzir combustíveis renováveis a partir da laranja. O investimento demonstra que São Paulo oferece segurança jurídica, pesquisa e incentivos ao setor”, afirmou.
O setor de citros gerou 45.112 empregos na safra 2023/2024, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, e representa 70% do suco de laranja consumido mundialmente. O faturamento do setor alcançou US$ 334,41 milhões, com 99% desse valor referente ao suco de laranja. A nova usina da LDC, localizada ao lado da indústria de suco de laranja da empresa, terá capacidade para processar 390 m³/h de resíduos industriais, gerando até 7 milhões de metros cúbicos de gás por hora em três anos, com a expectativa de reduzir em 50% o consumo de combustíveis fósseis e tornar a unidade autossuficiente em energia.
O governo paulista tem incentivado a produção de biogás e biometano no setor agropecuário, com diretrizes lançadas em 2024 para promover essa produção também em propriedades rurais, além da citricultura, incluindo atividades como avicultura e suinocultura.
Em relação ao greening, praga que afeta os pomares de citros, a incidência da doença caiu 54% no cinturão citrícola paulista em 2024. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) retirou mais de 40 mil mudas irregulares do mercado desde 2023, reforçando as ações de controle.
Informações: Agro em Campo