Pesquisadores da USP desenvolve fertilizante inovador para melhorar a eficiência agrícola

Nova tecnologia reduz perdas de nitrogênio e aumenta o aproveitamento dos nutrientes do solo

24/02/2025 às 10:23 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA | Siga-nos no Google News
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A crescente demanda por alimentos, rações e biocombustíveis sustentáveis tem desafiado cientistas e produtores a buscarem soluções inovadoras para garantir a produtividade agrícola. Segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, a previsão de que a população mundial chegue a 9,7 bilhões até 2050, a produção agrícola precisa aumentar 47% para atender à demanda. 

Diante desse cenário, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram a patente Fertilizante Nitrogenado Multinutriente de Eficiência Aumentada, que promete reduzir significativamente as perdas de nutrientes no solo e melhorar o rendimento das lavouras.

Fertilizantes nitrogenados

Bruno Cassim, doutorando na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e um dos responsaveis pela patente, explica que a produção agrícola tem crescido nas últimas decadas, impulsionada principalmente pelo uso de fertilizantes nitrogenados, como a ureia, amplamente utilizada em todo o mundo. 

Para solucionar o problema da volatilização, a equipe de pesquisadores combinou a ureia com micronutrientes e o estabilizador NBPT. Cassim explica que a nova tecnologia tem como objetivo diminuir as perdas de nitrogênio, garantindo maior aproveitamento do fertilizante e aumento da produtividade no campo. 

De acordo com o especialista, a tecnologia é voltada para agricultores e empresas do agronegócio, que abrange tanto grandes quanto pequenos produtores. O fertilizante pode ser utilizado no momento da semeadura para fornecer nitrogênio e micronutrientes essenciais ao crescimento inicial das plantas, porém ele explica que a recomendação principal é seu uso na adubação de cobertura, em que a ação na redução das perdas por volatilização é mais eficiente.

Desenvolvimento

O fertilizante encontra-se atualmente em fase de testes e desenvolvimento. Ele explica que foram realizados estudos em laboratório e em campo, e os resultados têm sido animadores até o momento. No entanto, o pesquisador afirma que algumas interações físico-químicas entre o estabilizador NBPT e os micronutrientes precisam ser mais bem compreendidas antes que o produto seja disponibilizado comercialmente.

Os estudos foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP). O desenvolvimento da patente é resultado de projetos de doutorado e pós-doutorado, sob a orientação do professor Rafael Otto da Esalq. Além de Cassim, participaram do processo os pesquisadores da Esalq Izaias Lisboa e Frederico Pereira, além de Clelber Prestes, do Cena/USP.

Informações: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo


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