Os trabalhadores portuários da Costa Leste e da Costa do Golfo dos Estados Unidos iniciaram uma greve nesta terça-feira (1), marcando a primeira paralisação em grande escala em quase 50 anos. Essa ação interrompeu cerca de metade do transporte marítimo do país, afetando a movimentação de mercadorias que vão desde alimentos a automóveis.
Analistas estimam que a interrupção pode custar bilhões de dólares por dia à economia americana, ameaçando empregos e possivelmente elevando a inflação. O sindicato Associação Internacional dos Estivadores (ILA), que representa 45 mil trabalhadores, está em negociações com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX) para um novo contrato de seis anos.
A greve teve início um minuto após a meia-noite, quando a ILA rejeitou a proposta final da USMX, alegando que os termos oferecidos não atendiam às exigências dos trabalhadores. Harold Daggett, líder da ILA, afirmou que os empregadores não propuseram aumentos salariais adequados e se recusaram a interromper projetos de automação portuária.
A USMX, por outro lado, argumentou que havia proposto um aumento salarial de quase 50%, superando ofertas anteriores. Daggett deixou claro que o sindicato está disposto a permanecer em greve até que suas demandas sejam atendidas.
Essa é a primeira greve registrada desde 1977 e preocupa empresas que dependem do transporte marítimo para exportações e importações essenciais. Com 36 portos impactados, a paralisação criou uma fila de cerca de 100 mil contêineres aguardando descarregamento nos portos da cidade de Nova York. Os varejistas, antecipando problemas, já tentaram acelerar importações para a temporada de fim de ano e redirecionar cargas para a Costa Oeste, sempre que possível.
Embora a expectativa seja de que a greve dure de cinco a sete dias, os efeitos devem ser sentidos nas redes de suprimento na Europa e na Ásia até janeiro ou fevereiro.
O governo dos EUA, sob a administração do presidente Joe Biden, está monitorando a situação, mas descartou intervenções federais para interromper a greve. A Casa Branca afirmou que está avaliando formas de lidar com os potenciais impactos na cadeia de suprimentos, observando que o efeito inicial sobre os consumidores deve ser limitado.
Fonte: Canal Pecuarista