A suinocultura brasileira está atravessando um dos melhores momentos da sua história recente. No período de agosto a setembro de 2024, o preço do suíno continuou a subir, reforçando o spread da atividade e alcançando uma das maiores marcas históricas. Esse crescimento é impulsionado não apenas pela melhora sazonal da demanda interna, mas também pelo bom desempenho das exportações, que colocam o setor a caminho de um novo recorde anual.
De acordo com o relatório divulgado pela consultoria Agro do Itaú BBA, os custos de produção da suinocultura subiram 5% em agosto, atingindo R$ 5,84/kg vivo, enquanto o preço do suíno registrou um aumento de 94% em relação ao mês anterior. Isso elevou o spread da atividade para 39%, comparável ao período de pico da peste suína africana na China, entre agosto e setembro de 2020. Em setembro, o spread pode ultrapassar R$ 300 por cabeça, um salto expressivo em relação aos R$ 75 registrados no mesmo período de 2023.
No primeiro semestre de 2024, a produção de carne suína cresceu 3%. Após uma queda de 4% no primeiro trimestre, houve recuperação no segundo trimestre, com alta de 1% em comparação ao ano anterior. As exportações seguem surpreendendo: em agosto, os embarques de carne suína in natura superaram 100 mil toneladas pelo segundo mês consecutivo, representando um aumento de 6% em relação a agosto de 2023. No acumulado do ano, o crescimento das exportações foi de 48%. Além disso, os preços de exportação subiram 7% nos últimos três meses, contribuindo para o aumento do spread.
Embora o mercado doméstico enfrente uma competitividade reduzida devido aos altos preços da carne suína em comparação ao frango e à carne bovina, as perspectivas são positivas. Com a expectativa de alta nos preços da carne bovina e a forte demanda por frango, o equilíbrio da procura por carne suína pode ser beneficiado nos próximos meses. No entanto, o crescimento da demanda interna por carne suína deve ser marginal, com as exportações permanecendo como o principal motor de crescimento do setor.