A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com o Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Emater-RS/Ascar, lançou a Nota Técnica 4 sobre solos. Este documento foca na recuperação de solos devastados pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul, destacando o papel crucial do uso de plantas para restaurar a qualidade do solo.
As enchentes causaram uma perda significativa das melhorias acumuladas ao longo das décadas em práticas de manejo do solo. Agora, é imperativo reiniciar e intensificar esses esforços, especialmente considerando as mudanças climáticas.
“A recuperação dos solos é essencialmente biológica. Esses processos biológicos são ativados pelo cultivo de plantas; sem o cultivo, os processos ecológicos necessários para a recuperação não ocorrerão”, explicou a professora Fabiane Machado Vezzani, do Departamento de Solos da UFRGS.
A professora sugeriu que os agricultores utilizem as sementes disponíveis para o cultivo e enfatizou a importância da diversidade de espécies. “Quanto maior a diversidade de plantas cultivadas, mais eficazes serão os processos de recuperação no solo”, afirmou Vezzani.
A nota técnica recomenda o cultivo de plantas de cobertura do solo e espécies forrageiras em rotação com culturas comerciais como a estratégia mais eficaz para recuperar as propriedades biológicas, físicas e químicas dos solos degradados. Esta abordagem pode ser combinada com práticas mecânicas e o uso de insumos, conforme necessário.
Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapi, destacou a importância das informações fornecidas para o manejo do solo pós-enchentes. “As plantas de cobertura são essenciais para manter a produtividade do solo em condições normais e ainda mais cruciais para a reconstrução e resiliência do solo. Elas contribuem significativamente para a física do solo, fertilidade e biota, qualidades fundamentais para um solo produtivo e estável”, disse Felicetti.
A Nota Técnica conclui que o uso de plantas para a recuperação de solos representa uma abordagem sustentável e eficaz, aumentando a resiliência do ecossistema e a produtividade agrícola, garantindo a viabilidade das atividades agrícolas na região a longo prazo.
Fonte: Governo do RS