Um relatório recente da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) revelou que os incêndios ocorridos em São Paulo entre 23 de agosto e 10 de setembro causaram prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão para os produtores de cana-de-açúcar. Durante esse período, foram identificados mais de 3 mil focos de incêndio, afetando extensas áreas de cultivo e rebrota de cana, totalizando mais de 181 mil hectares.
José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana, explicou que os incêndios não afetaram apenas a cana em pé, mas também comprometeram a qualidade da matéria-prima e as soqueiras, acarretando custos elevados para manejo e replantio. "O custo para renovar um canavial gira em torno de R$ 13,5 mil por hectare. Mesmo nas áreas que não precisarão de replantio, haverá a necessidade de manejo adicional e de aplicação de nutrientes", destacou Nogueira.
Tecnologia para monitoramento dos danos
Para avaliar a extensão dos danos, a Orplana utiliza uma base de dados gerada por satélites, que inclui tecnologia de espectrofotometria. Esta ferramenta permite identificar com precisão se as áreas de cana foram queimadas ou permanecem intactas. No entanto, a entidade exclui da contagem as áreas de preservação permanente (APP), reservas legais e pastagens.
Nogueira alertou que os incêndios podem ter repercussões negativas nas safras futuras, especialmente devido ao clima seco e à dependência de chuvas regulares e volumosas para a recuperação da cana-de-açúcar. "A cana só conseguirá rebrotar adequadamente quando as chuvas chegarem de maneira uniforme. Embora seja cedo para prever o impacto total na próxima safra, as perdas já são significativas", concluiu o CEO da Orplana.
Fonte e imagem: Canal pecuarista