Irrigação impulsiona a produtividade nas lavouras em Minas Gerais

o Estado é o segundo do país com maior área irrigada

29/08/2024 às 08:48 atualizado por Luiza Vonghon - SBA | Siga-nos no Google News
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Produzir mais, em menor espaço e sem desmatamento é possível com a irrigação. Indicadores de produtividade estimada da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023/2024 apontam para as culturas do arroz e do feijão, dupla tradicional na mesa do brasileiro, e são três e duas vezes superiores em rendimento nas propriedades que contam com a tecnologia. Minas Gerais é o segundo estado com maior área irrigada no país.

“As nossas regiões Norte e Noroeste são alguns exemplos de sucesso no uso da tecnologia no Brasil. Áreas antes degradadas se tornaram produtivas, fazendo desses locais um dos mais representativos na América do Sul em termos de agricultura irrigada”, afirma o secretário de Estado de  Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes.

Conforme a Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), há 142 mil hectares de área irrigada nessas duas regiões mineiras, com mais de 500 agricultores associados à entidade em cerca de 20 municípios.

A produtora Déborah Novais Cordeiro gerencia propriedades da família em Paracatu, Unaí e João Pinheiro.

Ela produz soja, milho e feijão, comercializados no Brasil e principalmente no exterior, além de girassol, trigo, arroz e carinata, uma cultura emergente, que vem ficando conhecida por resistir a condições climáticas adversas e a solos menos férteis.  “A principal vantagem de trabalhar com a agricultura irrigada é extrair todo o potencial da terra. Na nossa região, onde antes praticamente nem uma safra era possível devido à baixa pluviometria, a gente hoje alcança quase três safras”.

Os ganhos não se limitam à quantidade de alimentos produzidos. De acordo com Déborah Cordeiro, os avanços são perceptíveis também na qualidade. “Colhemos na hora certa, porque não corremos o risco de, na época da colheita, estar chovendo. Fazemos chover quando a planta precisa de água. A irrigação é o futuro”.

O Governo de Minas sancionou, em 25/7, a Lei da Agricultura Irrigada Sustentável, que vai permitir que a infraestrutura de irrigação seja considerada de utilidade pública, viabilizando a ampliação das áreas irrigadas no estado. “A tecnologia permite até três safras numa mesma área, ampliando a produtividade, sem a necessidade de desmate ou limpeza de novas áreas de mata nativa”, detalha o secretário de Agricultura Thales Fernandes.

Em 2023, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), atendeu 3,8 mil produtores rurais com orientações sobre o manejo de água para irrigação. Desses, quase 3,3 mil eram agricultores familiares.

Pelo Programa Irriga Minas, executado pela Seapa, foram mais de 2 mil kits de irrigação por gotejamento entregues a pequenos produtores no ano passado, com cerca de R$ 2,2 milhões investidos, em recursos do Estado, de convênios, de emendas parlamentares e da Comissão da Participação Popular da Assembleia Legislativa.

Irrigação em Minas

Levantamentos do IBGE de 2022, mostram que Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com maior área irrigada, perdendo apenas para São Paulo. Mais de 1 milhão de hectares mineiros contavam com a tecnologia naquele ano.

No ranking nacional de municípios, estão na dianteira as cidades mineiras de Paracatu, em primeiro lugar no Brasil, com 86 mil hectares, e de Unaí, na terceira colocação, com 71 mil hectares.

Do total irrigado em Minas, 36% são culturas anuais em pivô central, 17% em cana fertirrigada, 12% em cana sem a fertirrigação, 12% na cultura do café e 23% para as demais culturas e sistemas de irrigação, conforme o Atlas de Irrigação da Agência Nacional das Águas de 2021.

 

Informações e imagem: Agência Minas
 


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