Recentemente, a variação intensa de temperatura provocou estresse nas lavouras de canola no Rio Grande do Sul, especialmente nas áreas em início de floração. As geadas afetaram as lavouras em floração e enchimento de grãos localizadas em áreas mais baixas, mas ainda não há uma avaliação precisa dos danos. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, as ações de manejo, como a pulverização de fungicidas e inseticidas, continuam. A área cultivada com canola no estado está estimada em 134.975 hectares, com uma produtividade inicial de 1.679 kg/ha.
Para o trigo, as geadas seguidas pelo aumento das temperaturas criaram condições favoráveis para o desenvolvimento vegetativo, especialmente nas lavouras semeadas no final da janela de plantio. No entanto, pode haver impactos no florescimento e formação de grãos nas lavouras semeadas no início de junho. A área cultivada com trigo é de 1.312.488 hectares, com uma produtividade projetada de 3.100 kg/ha. Atualmente, 83% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 17% em espigamento/florescimento.
No caso da aveia branca, as geadas também contribuíram para o desenvolvimento vegetativo, mas podem ter causado danos em algumas parcelas no Noroeste do estado, resultando em abortamento de flores e potencial redução no número de sementes. A área estimada para esta safra é de 365.590 hectares, com uma produtividade média de 2.402 kg/ha.
Para a cevada, as geadas pontuais nas lavouras em fase de floração estão recebendo atenção especial, mas a expectativa para as regiões de maior produção permanece positiva, especialmente nas lavouras semeadas no final da janela de plantio. A área cultivada é de 34.429 hectares, com uma produtividade projetada de 3.245 kg/ha.
Pastagens e criações
As pastagens de inverno estão mostrando um aumento no desempenho vegetativo, mas ainda não atingiram níveis ideais. O campo nativo continua apresentando baixa qualidade e volume de forragem devido às condições climáticas adversas.
Para a bovinocultura de corte, o escore corporal do rebanho está ligeiramente abaixo do ideal devido à escassez de forragem, especialmente com as matrizes em fase de parição. A suplementação energética continua essencial para atender à demanda nutricional.
Na bovinocultura de leite, as forrageiras têm bom desenvolvimento, permitindo manejo adequado e manutenção da produtividade estável. A suplementação com farelos e rações balanceadas foi necessária, mas a qualidade do leite permanece alta, sem problemas relatados em relação à contagem de células somáticas.
Na apicultura, as condições climáticas variaram conforme a região. Em Bagé, o tempo seco beneficiou a movimentação das abelhas e os trabalhos nos apiários. No entanto, na região de Caxias do Sul, a escassez de flores reduziu a produção de néctar e afetou a postura das rainhas. Em Porto Alegre, a apicultura migratória enfrentou uma queda significativa na produtividade. Em Santa Rosa, o tempo ensolarado favoreceu a movimentação das abelhas, enquanto em Soledade, a falta de floração exigiu alimentação artificial para os enxames.
Fonte: Emater - RS