A Embrapa Gado de Corte, por meio de sua 2ª Carta ao Produtor de Bovinos de Corte, destacou a importância da adoção de medidas preventivas para enfrentar as adversidades climáticas do inverno de 2024, especialmente nas regiões afetadas por fortes geadas, como o sul do Mato Grosso do Sul. A instituição, com base em anos de pesquisa e observação de eventos climáticos severos, como os de julho de 1975 e 2021, recomenda uma série de estratégias para reduzir os impactos do frio no gado a pasto.
Entre as principais recomendações, está a vedação de áreas de pastagem ao final do verão para criar reservas alimentares durante o período de seca e frio, prática conhecida como "feno em pé". A suplementação alimentar é crucial, sobretudo em propriedades com alta densidade animal, para evitar a perda de peso e mortes por inanição.
Outro ponto destacado é a desmama precoce de bezerros em situações onde as vacas apresentam baixo escore corporal, visto que a manutenção de animais debilitados pode resultar em maiores perdas econômicas.
Medidas durante o evento climático
No auge do inverno, a proteção dos animais em áreas florestadas ou protegidas contra ventos gelados se torna essencial. O uso de barreiras naturais e o manejo adequado dos animais mais debilitados também são sugeridos como formas de reduzir a mortalidade.
Após o período crítico, a oferta de alimentos armazenados e a suplementação proteica devem ser intensificadas para recuperar o estado nutricional do rebanho. Em situações extremas, a venda de animais ou parcerias para confinamento temporário podem ser alternativas viáveis.
A Embrapa também reforça a importância da adoção de sistemas integrados de produção e da manutenção de áreas florestadas nas propriedades, promovendo o modelo Carne Carbono Nativo. Com essas práticas, é possível mitigar os danos causados pelas geadas e garantir a sustentabilidade da produção de bovinos de corte no Brasil.
Fonte: Embrapa