
Desde a madrugada desta quinta-feira (8), a chuva trouxe alívio para as áreas do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, que enfrentavam incêndios florestais. A precipitação de 20 mm resultou na queda de temperatura e, em algumas regiões, como Albuquerque, Miranda e Abobral, contribuiu para o controle e até a extinção das chamas. Na fazenda Santa Clara, apesar da queda na temperatura e da presença de orvalho, os ventos persistentes continuam sendo uma ameaça devido à permanência do fogo.
Na fazenda Cáceres, o fogo foi controlado após a diminuição da temperatura, e no Nabileque, a garoa ajudou a conter as chamas. Na fazenda Tupanceretã, onde um caminhão em chamas desencadeou um incêndio de grandes proporções há duas semanas, atingindo mais de 270 mil hectares, a situação também está sob controle. A temperatura caiu e o tempo está fechado, indicando possíveis novas chuvas. Uma equipe do Corpo de Bombeiros continua atuando na região do Porto da Manga.
"A última chuva significativa em Corumbá foi em 16 de abril, há quase quatro meses. Hoje, já são 20 mm acumulados", explicou Valesca Fernandes, meteorologista e coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado ao Governo de Mato Grosso do Sul.
O Corpo de Bombeiros realizou operações em várias localidades na quarta-feira (7), incluindo a região do Salobra, ao longo da BR-262, onde oito equipes, incluindo bombeiros do Paraná, trabalharam na Operação Pantanal 2024. A área mais crítica, com chamas intensas ao longo de 15 quilômetros, exigiu a suspensão do tráfego na rodovia devido à fuligem e fumaça, em colaboração com a Polícia Rodoviária Federal.
"Os incêndios atingiram as margens da rodovia, tornando a situação extremamente perigosa para quem trafega por ali", alertou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Os ventos fortes, acima de 50 km/h, intensificaram as chamas e comprometeram a atuação das aeronaves no combate.
Combate aéreo comprometido
A situação climática, com alta temperatura, ventos fortes e fumaça densa, dificultou não apenas o combate ao fogo, mas também a respiração e a visibilidade. O piloto Cassius Marodin, da CGPA (Coordenaria Geral de Policiamento Aéreo), destacou que a baixa visibilidade impediu os aviões de combate a incêndios de voar, tornando a quarta-feira (7) um dos dias mais difíceis. A tenente-coronel Tatiane Inoue também mencionou que a fumaça densa dificulta os lançamentos de água das aeronaves, obrigando as equipes a focar no combate em solo.
Trabalho contínuo
O combate aos incêndios no Pantanal já dura 129 dias, contando com o apoio da Força Nacional e de bombeiros de vários estados. A operação envolve diversas agências, como Força Aérea Brasileira, Marinha, Exército, PrevFogo/Ibama e ICMBio, com um investimento total que ultrapassa R$ 50 milhões por parte do governo de Mato Grosso do Sul, e uma recente liberação de R$ 137 milhões pelo Governo Federal.
Fonte e imagem: Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul