A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se manifestou contra a ampliação da quota de importação de trigo com alíquota zero do Imposto de Importação em 500 mil toneladas. A proposta foi feita pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) em junho, e está em consulta pública após ser encaminhada à Secretaria-Executiva da Camex e ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
No ofício enviado ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o presidente da CNA, João Martins, argumenta que a medida é desnecessária devido ao comportamento da produção de trigo nos últimos anos. Em 2022, o Brasil bateu recorde de produção, e em 2023, conseguiu sustentar o abastecimento, apesar das adversidades climáticas.
Para 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 8,95 milhões de toneladas, 11% a mais do que na última safra. A CNA também ressalta que a Argentina, principal fornecedora de trigo ao Brasil, deve aumentar sua produção em 14% e suas exportações em 35,3% este ano. O trigo argentino já é isento de tarifas de importação devido ao Mercosul.
"A medida, além de não impactar os preços ao consumidor, que já estão em retração, reduziria a competitividade e a sustentabilidade econômica dos produtores de trigo no Brasil", conclui a CNA no ofício.
Fonte: CNA