Colheita da segunda safra de feijão encerra no Sul e preços têm viés de alta em junho

A expectativa era de um mercado firme, com possíveis ajustes pontuais de preços, dependendo da qualidade dos grãos e da demanda dos compradores

01/07/2024 às 15:56 atualizado por João Pedro Flores - SBA | Siga-nos no Google News
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O mercado brasileiro de feijão iniciou o mês bem abastecido, destacando a negociação de uma carga de  feijão carioca extra, nota 9,5, de escurecimento lento, proveniente do sul de Minas Gerais. A maioria das ofertas veio do Paraná, seguido por Minas Gerais.

A expectativa, conforme destaca o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, era de um mercado firme, com possíveis ajustes pontuais de preços, dependendo da qualidade dos grãos e da demanda dos compradores. A atenção estava voltada para a finalização das colheitas no Paraná e a manutenção da qualidade do feijão ofertado. A presença de compradores na bolsa era escassa, e a oferta de  feijão carioca extra nota 9,5 era limitada.

“Vendedores com urgência para concretizar negócios podiam oferecer descontos para atrair compradores, devido à baixa oferta e à negociação prejudicada pela disparidade de preços entre compradores e produtores. Contratempos climáticos e pragas específicas afetaram a produção da segunda safra, com as indústrias operando com estoques mínimos. Havia pressão para reduzir preços na zona atacadista de São Paulo, em um mercado sobreofertado e com preços fragilizados”, descreveu o analista.

Na segunda quinzena do mês, os preços ficaram estáveis, mas a qualidade dos lotes apresentou problemas. Compradores preferiram lotes de maior qualidade, resultando em um mercado lento e com preços nominais. Uma negociação para  feijão carioca extra a R$ 345/sc foi registrada, mas o lote não estava disponível. A expectativa era de preços firmes com o término das colheitas no Paraná.

Na última semana, o mercado se manteve firme para  feijões comerciais e estável para os demais padrões. O  feijão carioca extra nota 9 EL teve alta devido à escassez. As ofertas vinham principalmente do Paraná e do sul de Minas Gerais, e algumas colheitas da terceira safra começaram, mas sem impacto significativo. Empacotadores observaram demanda calma nos grandes centros, com compradores mantendo estoques mínimos e adquirindo apenas por necessidade. Os preços variaram entre R$ 240,00 e R$ 290,00 por saca em diferentes regiões.

O mercado operou com sobras de mercadorias devido à baixa variedade e qualidade dos grãos, com muitos lotes apresentando defeitos. Mesmo assim, os preços se mantiveram estáveis apesar da demanda retraída no atacado paulista. A oferta estava bem acima do interesse de compra, com as indústrias operando com estoques mínimos e adquirindo apenas o necessário para cumprir compromissos.

Feijão preto

Já o mercado de  feijão preto, segundo Oliveira, iniciou o mês com estabilidade nos preços e baixa movimentação na bolsa. A oferta foi limitada, e os produtores mostraram pouco interesse em comercializar, preferindo aguardar condições mais favoráveis para retomar as negociações. A demanda dos exportadores foi um importante suporte, mantendo os preços relativamente estáveis, apesar da baixa movimentação interna.

Na segunda semana do mês, os preços se firmaram, especialmente para os lotes de qualidade extra, Tipo 1, que continuaram escassos no mercado. O  feijão preto argentino começou a ser cotado até R$ 300,00 por saca, refletindo a demanda externa consistente.

A oferta permaneceu limitada na segunda quinzena do mês, com as cotações para o produto extra em torno de R$ 315,00 por saca. A retração dos produtores continuou a sustentar os preços, mesmo em um cenário de demanda interna retraída.

Na última semana do mês, a pressão no mercado persistiu, com a forte valorização do dólar impactando os preços do produto importado e a disponibilidade limitada do  feijão preto nacional. Os empacotadores enfrentaram poucas opções de compra no mercado interno, o que contribuiu para a pressão por novos reajustes de preço. A demanda externa se manteve robusta, favorecendo as exportações devido à desvalorização do real, que tornou o  feijão preto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.

Fonte: Safras e Mercado


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