Governo Federal lança programa de regularização fiscal para o Rio Grande do Sul

Condições incluem redução de até 100% dos juros, descontos de até 70% sobre a dívida e parcelamento em até 145 meses. Governo também anunciou que antecipará R$ 680 milhões ao estado referentes à compensação do ICMS previsto para 2025

26/06/2024 às 08:34 atualizado por Luiza Vonghon - SBA | Siga-nos no Google News
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O Governo Federal lançou nessa terça-feira, 25 de junho, o Programa Emergencial de Regularização Fiscal de Apoio ao Rio Grande do Sul (Transação SOS-RS). A iniciativa da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tem o objetivo de auxiliar a recuperação econômica de pessoas físicas e jurídicas atingidas pela calamidade climática que assolou o estado.

Durante o lançamento do programa em Brasília (DF), o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, avaliou que a iniciativa é uma das mais importantes adotadas até agora pelo Governo Federal para auxiliar o estado.

“No momento em que o Rio Grande do Sul vive uma crise sem precedentes, em que 95% dos municípios do estado foram atingidos por essa enchente, uma medida que permite que 651 mil contribuintes, pessoas físicas ou jurídicas, possam aderir a um edital que oferece condições de negociação de dívidas que chegam à ordem de R$ 170 bilhões. Evidentemente que isso tem um enorme impacto para a atividade econômica, para a saúde financeira das pessoas”, declarou.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou que a medida vai dar condições para os moradores continuarem a produzir e alimentar suas famílias. ”Estamos oferecendo para o contribuinte do Rio Grande do Sul, como um gesto de reconhecimento do governo do presidente Lula às necessidades que o povo tem de recuperar a atividade econômica, as melhores condições que a lei permite”, afirmou.

As condições especiais para a regularização incluem redução de até 100% do valor dos juros, multas e encargos legais, descontos de até 70% sobre o valor total da dívida e parcelamento em até 145 meses. O programa estará aberto para adesão a partir de 26 de junho até 31 de julho de 2024. A adesão poderá ser feita integralmente pela internet.

“É uma política pública de resgate de devedores que moram no Rio Grande do Sul para que possam superar essa fase e possam continuar produzindo e sustentando suas famílias”, ressaltou o procurador-geral adjunto da Dívida Ativa da União e do FGTS, João Henrique Chauffaille Grognet.

Poderão aderir ao Transação SOS-RS contribuintes pessoas físicas ou jurídicas com domicílio fiscal no estado, conforme conste no CPF ou CNPJ da matriz. O programa também prevê benefícios para pessoas físicas, instituições de ensino, microempresas, empresas de pequeno porte, Santas Casas de Misericórdia, sociedades cooperativas e demais organizações da sociedade civil de que trata a Lei nº 13.019/2014.

R$ 680 MILHÕES 

Mais cedo nesta terça-feira, Pimenta e Messias anunciaram que a União vai antecipar o pagamento de R$ 680 milhões ao Rio Grande do Sul referentes à compensação do ICMS previsto para 2025, além de liberar outros R$ 5 bilhões relativos ao pagamento de precatórios como forma de auxiliar o estado no enfrentamento das dificuldades causadas pelas enchentes.

As medidas são resultado das tratativas realizadas entre a União, representantes do Rio Grande Sul e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na mesa de negociação proposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux no âmbito de ação movida pela entidade para pedir a extinção da dívida do estado com a União.

Do total do valor referente ao ICMS, R$ 510 milhões vão ser destinados aos cofres do estado e outros R$ 178 milhões vão para o caixa dos municípios. Outros R$ 5 bilhões referentes aos precatórios vão colaborar para a retomada da economia do estado. Esses valores se somam aos R$ 91,7 bilhões já anunciados pelo Governo Federal para atender o Rio Grande do Sul.

“Os R$ 680 milhões que o estado teria direito no ano que vem como compensação do ICMS seriam utilizados para abater do montante da dívida do estado. Portanto, esse é um recurso que o governo do estado não teria acesso como recurso. E a proposta garante que esses R$ 680 milhões que seriam, no ano que vem, abatidos da dívida sejam recebidos agora como recursos. Isso é muito importante para o estado do Rio Grande Sul neste momento”, frisou Pimenta.

 

Informações e imagem: Secretaria de Comunicação Social


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