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O estado de São Paulo é líder nacional na produção de abacate e a cada safra o volume colhido cresce significativamente. Dados do balanço realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA - Apta), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em 2023, o estado chegou a produzir a incrível marca de 192 mil toneladas, 8,54% maior que o registrado no ano anterior. Vale destacar que em 2021 foram colhidas 189 mil toneladas.
Números que posicionam a fruticultura paulista, no segmento abacateiro, à frente de principais estados produtores do Sul e Sudeste como, por exemplo, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo.
Segundo o pesquisador do IEA - Apta, Celso Vegro há expectativas semelhantes ao ano passado. "Ainda não há uma estimativa de produção para este ano, mas a tendência é que seja muito semelhante ao verificado em 2023. “Normalmente, as variações ano a ano de culturas perene são muito pequenas”.
A região de Campinas é o principal polo produtivo da fruta. No ano passado, foram colhidas mais de 85 mil toneladas de abacates, sendo o município de Jardinópolis, maior produtor estadual, com uma média anual de 8,6 mil toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme estudos realizados pela Embrapa, as exigências do cultivo do abacate ficam por conta da temperatura e da precipitação. Em relação ao clima, comportam-se diferentemente de acordo com as suas origens. Regiões expostas a ventos fortes e frios, por exemplo, não são indicadas, pois propiciam a queima e queda dos frutos, nas regiões semiáridas e subúmidas.
As principais variedades cultivadas no país são o avocado (Hass), além de breda, fortuna, geada, margarida, ouro verde e quintal. Dados divulgados pelo IEA - Apta, mostram que o estado registrou uma área de 7.753 hectares, distribuídos em 5.327 estabelecimentos agropecuários e o valor bruto da produção (VBP) calculado em R$ 517 milhões.
Segundo a assessora técnica do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) Marina Marangon a área cultivada da fruta aumentou."Nos últimos anos, a área destinada ao cultivo da fruta registrou aumentos constantes: considerando-se os cinco últimos anos, a taxa de crescimento da área foi de 22% (2022x2018) e nos últimos dez anos esse aumento foi de 86%. Os motivos que impulsionam a área produzida se dão principalmente pela demanda crescente do produto, tanto no mercado interno como no mercado externo e os resultados econômicos favoráveis da atividade".
A produção atual brasileira de abacate é autossuficiente para o abastecimento do mercado interno e externo. Porém, o consumo da fruta no país, ainda fica abaixo, em relação a outros países. Dados do IBGE relatam que apenas 1,9 kg/ano é consumido por brasileiros. Enquanto, nos Estados Unidos, o consumo per capita chega a quase 4 kg/ano, no Canadá 3 kg/ano e no México, entre 6,5 e 7 kg/ano, aponta a revista Fruit Trop.
A polpa é a principal parte utilizada para consumo in natura, na forma de sobremesa, saladas e molhos. Também, é um produto de extrema relevância comercialmente para outros setores. No caso da indústria de cosméticos, a extração do óleo da fruta é utilizado para diversos produtos de beleza.
Segundo o pesquisador Celso Vegro (IEA - Apta), o investimento na fruticultura situa-se dentre os que maior rentabilidade oferece diante das demais alternativas de inversão na agropecuária. “Particularmente, no caso do abacate, a fruta tem se beneficiado pela disseminação das dietas vegana/vegetariana, fitness e a incorporação nos hábitos alimentares da população a culinária mexicana”.
Informações e imagem: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo