A área da segunda safra de feijão, no Paraná, ciclo 2023/24 completou um novo recorde para época. A estimativa revisada em março foi de 391,4 mil hectares, 12% superior à projetada em fevereiro, de 348 mil hectares, e 33% maior do que a área semeada no ciclo 2022/23, de 295 mil.
Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), o aumento na área consolida a preferência do plantio no verão detrimento do plantio na primavera, quando agronomicamente a planta teria condições de responder melhor, mas acaba substituída pela soja.
De acordo com o engenheiro agrônomo, Carlos Hugo Godinho, as condições climáticas estão ajudando a produção do grão. “Caso as condições climáticas continuem ajudando, a produção de feijão na segunda safra do Paraná pode chegar a 777 mil toneladas, ainda que existam riscos até a confirmação desta produção”.
Outro destaque do relatório deste mês é a primeira estimativa para as culturas de inverno na safra 2023/24. Há uma retração na intenção de plantio. O aumento da área dedicada à segunda safra de grãos limitou a possibilidade de plantio a partir de abril, pois muitas áreas estarão ocupadas pelo feijão e pelo milho no período de semeadura do trigo.
A área está estimada em 1,17 milhão de hectares de trigo, 17% inferior aos 1,41 semeados no ano passado. Canola, centeio, cevada e triticale também devem ocupar uma área menor. Além do avanço da segunda safra, também explicam essa redução a menor rentabilidade esperada pelos produtores comparativamente aos anos anteriores e o desânimo ocasionado pela frustração da safra de 2023.
Com a safra de inverno, é possível estimar uma produção total de grãos de 41 milhões de toneladas no Paraná. “Esse volume já é 10% inferior ao colhido em 22/23”, pontua o chefe do Deral, Marcelo Garrido.
O relatório mensal relativo a março de 2024 revisou a área de soja. É esperado que, ao final da safra, o Paraná colha 18,3 milhões de toneladas em 5,77 milhões de hectares. Este volume é 3,5 milhões de toneladas menor que a expectativa inicial para a safra, que era de 21,8 milhões de toneladas. A perda percentual no campo chega a 16%.
De acordo com o analista do Deral, Edmar Gervásio, o clima está favoravel para avanço da colheita. "Nesta semana a colheita chegou a 87% da área e as condições climáticas, no geral, estão favoráveis para avançar nos próximos dias. Os preços se mantêm estáveis nos últimos três meses, com a saca de 60kg sendo comercializada entre R$ 103,00 e R$ 110,00".
A colheita da primeira safra de milho 2023/24 chegou a 91% dos 297 mil hectares plantados nesta safra. A produção esperada é de 2,5 milhões de toneladas, com uma perda estimada no campo de 418 mil toneladas ou 14% a menos do que a expectativa inicial de produção.
O plantio da segunda safra de milho atingiu 99% dos 2,4 milhões de hectares esperados nesta safra. A expectativa de produção para a safra é de 14,2 milhões de toneladas. “A produção foi revisada para baixo, pois os fatores climáticos como calor intenso e chuvas irregulares afetaram o desenvolvimento do milho e com isso já é possível apontar uma safra menor que a inicialmente esperada”, explica Gervásio.
O Deral divulgou o Boletim de Conjuntura Agropecuária. O boletim traz informações sobre a produção de tomate. Os números mostram que os cultivos da primeira safra, cujo plantio começou em agosto de 2023, estão com 91% da área de 2,4 mil hectares colhida.
A produção estimada de 138,5 mil toneladas é 10,1% menor que as 154,1 mil projetadas na semeadura. O excesso de chuvas no início da primavera e os bolsões de calor intenso desde o início do ciclo dos plantios contribuíram para esta queda, repercutindo na qualidade do produto final e na volatilidade dos preços praticados.
Informações: Departamento de Economia Rural