Cotonicultores devem solicitar auxílio ao governo nos próximos dias

El Niño afetou diretamente o plantio da soja, deve atrapalhar o da pluma, que é segunda safra

19/02/2024 às 09:13 atualizado por Karine Pegoraro - SBA | Siga-nos no Google News
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Na semana passada (15/02), a Câmara Setorial do Algodão e Derivados (CSAD), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), presidida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), se reuniu afim de redigir um documento a ser encaminhado ao Governo Federal, pedindo soluções emergenciais para reduzir os efeitos da quebra da soja devido o El Niño. Isso porque a maioria dos cotonicultores também é sojicultor, e os reflexos sobre a fibra são diretos, pois o algodão sucede imediatamente o grão.
Além das interpéries climáticas, a queda nos preços de algumas commodities agrícolas brasileiras, vão comprometer a remuneração do produtor. Desde o início do ano passado, segundo o indicador Esalq/B3, os preços da soja caíram 28%, do milho 24% e do algodão 25%.

 

Segundo o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, os produtores querem evitar a inadimplência e a consequente falta de acesso ao crédito para financiamento e custeio de suas lavouras. “As medidas também devem impedir que os impactos da crise cheguem ao consumidor final, não apenas de roupas como de alimentos, pois a soja está na base de diversas outras cadeias produtivas do agro”, argumentou, durante o encontro, que reuniu os elos mais importantes da cadeia produtiva, além de órgãos governamentais, como a Conab.

 

Entre os pontos elencados no documento, estão a disponibilização de uma linha de crédito emergencial que beneficie também o produtor de grande porte. “Do contrário, pode haver inadimplência nos compromissos já contratados. Da mesma forma, precisamos da prorrogação de operações de crédito, com prazo mínimo de um ano e taxas em linha com o praticado hoje no mercado, que estão menores do que na época em que alavancamos”, diz Schenkel. Os membros da Câmara lembraram que apesar dos pleitos ao governo, o grande financiador da produção é a iniciativa privada, e com esses também haverá conversas.

 

A Câmara também alerta para a importância de dotação orçamentária para a Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), para prover alguma estabilidade de renda para o produtor, e isso tornaria efetivas as soluções de subvenção, com os programas de PEP e Pepro. Outro ponto enfatizado foi o Seguro Rural, cuja abrangência tem diminuído, e o modelo, segundo os produtores, precisa ser reavaliado, como algo consistente e não apenas lembrado quando os problemas chegam.

 

Informações: Abrapa


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