Stédile presta depoimento à CPI do MST nesta terça

Comissão recolheu documentos em AL comprovando financiamento ilegal nas invasões no estado

14/08/2023 às 09:54 atualizado por Thiago Gonçalves - SBA | Siga-nos no Google News
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A CPI do MST vai ouvir nesta terça-feira (15) o depoimento do fundador e dirigente nacional do movimento, João Pedro Stédile, na condição de convocado, para prestar esclarecimento ao colegiado. Stédile afirma estar tranquilo com a convocação e que seu único interesse é o de “defender os interesses da reforma agrária e do povo brasileiro.”

O governo negociou, na semana passada, trocas de integrantes da CPI com partidos do Centrão e com a manobra pode ter a maioria na comissão, o que segundo o relator dos trabalhos, deputado Ricardo Salles, prejudica a CPI.

“Nós decidimos diante dessas manobras não prorrogar a CPI. Para além dessa decisão, nós estamos considerando firmemente a hipótese de fazer um relatório já na semana que vem e encerrar a CPI. Se não temos condições de ficar atuando para buscar a verdade, não vamos ficar fazendo teatro na CPI”, disse Salles.

As mudanças na composição da comissão envolvem os partidos: União Brasil, MDB, PP e Republicanos. Os dois últimos devem compor o primeiro escalão do governo, ganhando ministérios em uma eventual reforma ministerial, que pode ocorrer no começo de setembro.

Alagoas

Membros CPI do MST realizou diligências na última sexta-feira (11) em Alagoas, onde recolheram documentos que levantam suspeitas de que os integrantes do movimento foram financiados pelo Iterra (Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas) nas invasões ocorridas no estado.

“Nós recebemos algumas informações importantes da relação existente entre organização do Movimento Sem Terra e o patrocínio através de verbas públicas indevidamente destinadas a essas ações", disse o presidente da comissão, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS).

A CPI afirma que existem contratos, notas fiscais e até pareceres jurídicos comprovando que o governo alagoano pagou ônibus, lonas e cestas básicas para subsidiar protestos, afirma a CPI.

Os documentos mostram a relação dos movimentos com o estado entre 2017 e 2020. A maior parte é de 2018. Uma das notas fiscais, no valor de R$ 2.799 mil, comprova o aluguel de dois ônibus para transportar famílias que estavam participando de manifestações na Praça Sinimbu, em Maceió, em abril de 2018. O dinheiro foi liberado pelo Iterra, para movimentos que invadiram o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

A comitiva foi composta pelo presidente do colegiado, deputado Zucco, o deputado federal Delegado Fábio Costa (PP-AL) e o relator, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).

A CPI foi instalada no dia 17 de maio, na Câmara dos Deputados, para investigar as invasões cometidas em todo o país pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Foto: Reprodução/Internet
 


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