
O valor médio da tonelada exportada de proteína bovina retraiu e fechou o mês em US$ 3.563,27, sendo 16,58% inferior à média de junho. As exportações do Mato Grosso reduziram 9,97% no comparativo mensal, assim, em julho de 2023 foram negociadas 51,23 mil toneladas em equivalente carcaça, segundo os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
De acordo com o Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária), o cenário de retração foi provocado pela China, que diminuiu as importações em 24,79% nesse período. O país asiático é responsável pela compra de mais de 50% da carne exportada pelo MT.
Além disso, os chineses também reduziram o valor pago pela tonelada em 31,10% no mesmo comparativo, de modo que em julho o preço médio da tonelada enviada fechou em US$ 3.613,75 por tonelada. Por fim, esse cenário de redução na demanda externa, em conjunto com o consumo interno que ainda patina, reflete na pressão vista nos preços da pecuária.

Estimativa de produção
De acordo com os dados divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de carne bovina pelo Brasil em 2023 está estimada em 9,06 milhões de toneladas em equivalente carcaça, volume 4,51% maior que em 2022.
A previsão é que a produção deste ano seja a maior desde 2018. Desse modo, a disponibilidade por cabeça do gado seguiu o mesmo ritmo, ficando em 30,53 kg/hab/ano em 2023.

A grande disponibilidade de carne no mercado interno foi proporcionada pela atual fase de baixa do ciclo pecuário, no qual o aumento no envio de fêmeas para abate resulta na maior oferta da proteína vermelha no mercado. No entanto, apesar da maior disponibilidade de carne, o consumo doméstico ainda tem patinado, resultando no “encharcamento” dos estoques de carne, o que justifica parte da atual pressão baixista sobre os preços.
Com informações de Imea
*Com supervisão de Thiago Gonçalves, jornalista.
Foto: Arquivo Canal do Boi