No Mato Grosso o ágio da arroba do bezerro de ano e do boi gordo fechou julho de 2023 em 33,80%. De acordo com o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), a diferença entre o animal comprado e o vendido apresentou uma redução de 13,57 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período de 2021.
Esse reajuste negativo foi motivado pela maior retração nos preços do bezerro ante o boi gordo, que saiu de R$ 445,04 por arroba em julho de 2021, para R$ 281,28 por arroba no mesmo mês deste ano.
Houve desvalorização de 36,80% no período, ao passo que o boi gordo reduziu 29,51% no mesmo comparativo. Esse cenário foi consequência da baixa do ciclo pecuário em 2023, no qual a maior oferta de bovinos tem pressionado as cotações.
Desse modo, esse cenário favorece o aumento do rebanho para os recriadores, uma vez que, segundo o Imea e o Projeto Rentabilidade Senar-MT, o custo com aquisição de bovinos equivale a 64,46% do custeio da atividade de recria e engorda em Mato Grosso, no 2º trimestre de 2023.
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), que mede as expectativas atuais e futuras dos consumidores em relação à situação econômica, em julho de 2023 aumentou 2,50 pontos em relação a junho e atingiu 94,80 pontos. Calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o índice registrou o maior nível pós-pandemia (desde janeiro de 2019), e representa o 3º mês consecutivo de crescimento.
A desaceleração da inflação dos últimos meses e a recuperação do mercado de trabalho tiveram influência direta no cenário. O ICC subiu 5,40 pontos na população com faixa de renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, parcela em que se concentra o maior volume da população brasileira.
Esse cenário de maior otimismo da sociedade em relação a economia pode trazer reflexos positivos quanto ao consumo de carne bovina e beneficiar o mercado pecuário, visto que a demanda interna pela proteína vermelha foi fortemente pressionada no início do lockdown.
Com informações e gráficos do Imea
*Com supervisão de Thiago Gonçalves, jornalista.
Foto: Luiz Antonio Leal/ Embrapa