O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) vem retirando gradativamente desde 2022, a obrigatoriedade da vacina contra febre aftosa no Brasil e até agora, já somam seis estados que pararam de imunizar seus rebanhos, além do Distrito Federal. Embora o governo garanta que a medida pretende tornar o país livre da doença até 2026, o Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal) se posicionou contrário e avalia a retirada da vacina como preocupante para a pecuária e economia brasileira.
O vice-presidente do sindicato, Emílio Salani, afirma que a retirada da vacinação tem impacto negativo aos tratamentos de outras enfermidades, colocando em risco o status sanitário do Brasil.
Os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal , que concentram grande parte do rebanho bovino nacional, deixaram de vacinar seus animais este ano.
O Sindan afirma que já é possível notar um arrefecimento nas vendas de medicamentos para o segmento de ruminantes nas regiões onde a vacinação contra a febre aftosa já não é mais obrigatória, o que tem impactado o mercado como um todo.
“O momento da aplicação da vacina contra a aftosa era também uma oportunidade para que os produtores realizassem os demais tratamentos preventivos nos animais. Após a suspensão, houve uma queda considerável no manejo sanitário”, afirma o vice-presidente.
Salani lembra que a Argentina tomou a mesma medida com seus rebanhos mas que após dois anos sem a campanha de imunização, o vírus começou a circular em todo território e causou sérios prejuízos à economia do país vizinho.
“É fundamental que os produtores não deixem de tratar os seus animais, ainda que a vacinação contra febre aftosa não seja obrigatória”, afirma Emílio.
Confira a entrevista para o Mais Pecuária no Canal do Boi: