A guerra em curso na Ucrânia, país reconhecido como um dos principais produtores mundiais de milho, ocasionou a interrupção significativa em todas as etapas da cadeia de produção e exportação do cereal. Como resultado direto, estima-se que a safra de milho na Ucrânia sofrerá uma queda de 40% no ciclo de produção de 2022/23 e pode gerar consequências alarmantes aos mercados internacionais.
A Ucrânia é responsável por 16% da produção mundial de milho. Com a guerra iniciada pela Rússia em 2022, além da redução da produção, pouco mais da metade do produzido foi efetivamente embarcado. Com os portos fechados e continuidade da guerra, o fornecimento destes cereais será ainda mais prejudicado, fazendo com que os tradicionais compradores busquem outros países para suprir o fornecimento.
Para agravar ainda mais a situação, no início da semana, a Rússia anunciou que estava saindo da Iniciativa de Grãos do Mar Negro, que permite que produtos agrícolas sejam enviados com segurança da Ucrânia. Quase 33 milhões de toneladas de produtos agrícolas foram embarcadas da Ucrânia na vigência do acordo de acordo com dados da ONU. O milho foi de longe a maior commodity exportada.
“A alternativa para a garantia do fornecimento mundial de milho poderia vir de outros principais países produtores, todavia, isso pode não ocorrer, vez que outros grandes países produtores também enfrentam problemas”, destaca a Aprosoja/MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso).
Embora a safra de milho brasileira esteja caminhando para uma boa produção, talvez não seja suficiente para amenizar o problema de demanda que está por vir, com isso certamente haverá elevação no preço do cereal.
“Somente com o acordo do Mar Negro entre Rússia e Ucrânia estima-se que houve uma redução no preço do milho em torno de 20%. Porém, agora, com o rompimento do acordo, somado aos problemas climáticos, perda de produção em países players, e contínua demanda, haverá um forte aumento no preço da commodity, e consequentemente, aumento no preço dos alimentos”, finaliza a Aprosoja/MT.
Com informações Aprosoja-MT
Foto: Arquivo/Canal do Boi