Embargo do Japão aos produtos avícolas de SC terá efeito na economia?

ABPA manifestou tranquilidade em relação à medida e diz que impacto será mínimo 

18/07/2023 às 19:04 atualizado por Thiago Gonçalves - SBA | Siga-nos no Google News
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Após o Japão suspender temporariamente a importação de aves de Santa Catarina, com a confirmação do foco de gripe aviária em uma criação doméstica na cidade de Maracajá, na última segunda-feira (17), a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) manifestou certa tranquilidade em relação à medida e disse que o impacto deve ser mínimo na economia do país.

Mesmo Santa Catarina sendo o segundo maior produtor nacional de frango, apenas 3% dos embarques do produto é destinado aos japoneses. Por conta disso, a associação espera que parte do impacto da suspensão seja absorvida.

Conforme a Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), o país asiático importou US$ 310,8 milhões em frango, ovos e subprodutos. Esta é a primeira vez, em 30 anos, que os japoneses suspendem o comércio com o Brasil.

"Haverá um pequeno impacto, mas ele será diluído. Os grupos presentes também possuem exportação para outros estados. Por isso, são duas recomendações: mandar parte dessa produção, que seria destinada ao Japão, para outros estados; ou fazer o mesmo movimento com outros países habilitados", disse Luis Rua, diretor de mercados da ABPA.

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) informou que uma delegação do governo deve se reunir com autoridades japonesas na próxima semana, em Tóquio, para discutir o caso.

Espírito Santo

O Japão já havia suspendido no final de junho a compra de aves do Espírito Santo, após o estado confirmar um caso de H5N1 também em ave “de fundo de quintal”, criada para subsistência.

Santa Catarina tem receio de que a medida imposta pelo Japão possa criar uma reação em cadeia com outros mercados. Por isso o governador do estado, Jorginho Mello (PL), deve se reunir nesta quarta (19), em Florianópolis, com o embaixador japonês, Hayashi Teiji, para debater o embargo.

A ABPA acredita que a situação com o país asiático é pontual e não deve afetar as demais relações comerciais com o Brasil.

"O que aconteceu no Espírito Santo e Santa Catarina são casos isolados. Não podemos criar situações que não existem. Só o Japão está adotando a suspensão. Apesar do monitoramento contemplar os outros países, não há nenhum indicativo de outro fechamento", disse Luis Rua.

Em nota, a ABPA, a ACAV (Associação Catarinense de Avicultura) e o Sindicarne-SC  (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina) afirmam que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados e que tem apoiado o trabalho do Mapa e da Secretaria de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, na fiscalização dos casos.

“A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC lembram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde) e demais órgãos internacionais de saúde humana e animal”, diz o comunicado.

Com informações ABPA e Mapa
Foto: Arquivo/ Canal do Boi
 


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