Qualidade de pastagem pode ser elevada com presença de árvores

Pesquisa da Embrapa comprovou que um bom manejo garante equilíbrio em sistemas IPF

02/07/2023 às 15:10 atualizado por Nanda Martins* - SBA | Siga-nos no Google News
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O manejo das árvores é estratégico para garantir o equilíbrio em sistemas de IPF (integração pecuária-floresta) ou silvipastoril, segundo pesquisa realizada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Sudeste.

Além de manter a produtividade da pastagem e melhorar a qualidade da madeira remanescente, a forragem nesse sistema apresentou teor elevado de proteína bruta, quando comparada a um modelo pecuário tradicional, sem a presença do componente arbóreo. Isso significa maior qualidade do alimento aos animais.

Os sistemas silvipastoris são opções sustentáveis para o pecuarista realizar a intensificação das pastagens. O componente arbóreo é uma boa aposta para garantir créditos de carbono no futuro, com as árvores integradas à pecuária, o produtor proporciona bem-estar aos animais e contribui para a remoção do carbono atmosférico. 

A produção de forragem em sistemas integrados com árvores pode ser desafio para o produtor rural, uma vez que o desenvolvimento das pastagens depende da incidência de luz. A diminuição da radiação afeta o crescimento dessas plantas, podendo ocasionar menor produtividade na pecuária. 

A Pesquisa

De acordo com o pesquisador José Ricardo Pezzopane, da Embrapa, o manejo das árvores no sistema silvipastoril proporcionou aumento da produção da forragem em comparação aos anos anteriores. 

Antes do desbaste, utilizando a média de duas estações – dois verões –, que a época mais produtiva da pastagem, a produção de forragem no silvipastoril foi 45% inferior ao sistema a pleno sol: 996 kg por hectare contra 1.870 kg por hectare, respectivamente. Nos dois verões posteriores ao manejo, a produção foi bem diferente: quase dois mil quilos por hectare no modelo integrado e 2.380kg por hectare a pleno sol.

Segundo Pezzopane, não há diferença estatística nesse caso. “Além de não ocorrer variação na produção, a forragem no silvipastoril apresentou teores de proteína bruta superiores, o que expressa maior qualidade do alimento aos animais. Importante ressaltar que os dois sistemas foram manejados sob o mesmo tipo de pastejo, ou seja, rotacionado com adubação nitrogenada da pastagem”, explica o pesquisador.

Práticas como o desbaste ou a desrama são opções para diminuir a competição por recursos entre o pasto e as árvores, garantindo uma produção equilibrada entre todos os elementos do sistema. 

Com informações de Embrapa 

*Com supervisão de 

Foto: Gisele Rosso/ Embrapa


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