Abiec contesta regra de bancos ligada a desmatamento

Liberação de recursos terá exigência de práticas sustentáveis, diz a Febraban

31/05/2023 às 09:04 atualizado por Valdecir Cremon - SBA | Siga-nos no Google News
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A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) reagiu à nova regra da Federação Brasileira de Bancos para concessão de crédito a frigoríficos, atrelando a liberação de dinheiro à garantia de que animais abatidos não são criados em áreas de desmatamento.

Segundo a regra da Febraban, para a Amazônia Legal e o Maranhão as instituições só poderão conceder crédito a frigoríficos que tiverem monitoramento que comprovem que não compram gado criado em áreas de desmatamento ilegal. Isto vale, inclusive, para fornecedores diretos e indiretos - aqueles que fornecem gado por meio de empresas de compra e venda.

A Abiec afirma que faz esse monitoramento e rastreio de animais desde 2009, rejeita conceitos de que a indústria apoia o desmatamento e revela que cerca de 20 mil fornecedores estão “bloqueados” por frigoríficos por conta de “inconformidades socioambientais”.

Em nota emitida nesta terça-feira (30), a Abiec reitera que os frigoríficos associados operam com preocupações ambientais e pediu para que os bancos “não terceirizem” as responsabilidades.

 

“É importante não só que os bancos exijam de seus clientes que implementem sistemas de monitoramento e rastreabilidade, mas que as áreas de compliance e due diligence das instituições financeiras adotem em relação a todos os seus correntistas, inclusive proprietários rurais, os mesmos critérios socioambientais já implementados pela indústria de processamento de carne bovina, e não apenas para concessão de crédito”, diz a nota.


OUTRO LADO

A Febraban informa que o sistema de monitoramento vai contemplar informações relacionadas a embargos, sobreposições com áreas protegidas, autorizações de corte de árvores e identificação de pontos de desmatamento, além do CAR (Cadastro Ambiental Rural) das propriedades fornecedoras de animais a frigoríficos.

A medida da federação ocorre pouco depois de a União Europeia passar a exigir comprovação de que fornecedores de proteínas e alimentos da agricultura são produzidos em áreas legais, sem desmatamento, após 2020. Para o Brasil, isto significa impacto de quase 10% das áreas utilizadas em estados do Norte e Nordeste e de 2% em fazendas produtoras de grãos do Centro-Oeste e do Sudeste, segundo entidades destes setores.

Foto de capa: Arquivo/Canal do Boi
 


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