Santa Gertrudis completa 70 anos na pecuária brasileira

O gado puro Santa Gertrudis está presente em 14 Estados Brasileiros

21/05/2023 às 11:10 atualizado por Thiago Gonçalves - SBA | Siga-nos no Google News
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A raça Santa Gertrudis completa 70 anos de sua história em terras brasileiras e entrega além da adaptabilidade, um rendimento de carcaça acima da média para os padrões frigoríficos. Atualmente no Brasil, o gado conta com uma base de registro com mais de 400 mil exemplares cadastrados.

De acordo com a ABSG (Associação Brasileira do Santa Gertrudis), a raça foi reconhecida somente em 1940, quando se espalhou pelo mundo, principalmente em países como Austrália e África do Sul.

No Brasil, os primeiros exemplares chegaram em 1953, sendo utilizado principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste no cruzamento sobre matrizes azebuadas ou ainda sobre matrizes F1 (Zebu x Europeu) obtendo os animais chamados Tricross, com alto rendimento de carcaça.

Já na região Sul, a raça vem sendo utilizada a mais de 50 anos sobre matrizes européias, diminuindo a exigência nutricional, mantendo o volume de carcaça e qualidade de carne.

“Por ser criada em condições muito extremas, a adaptação do Santa Gertrudis foi o que mais chamou atenção para a pecuária brasileira, a capacidade de trabalho, de conversão alimentar e a qualidade da carne, também estão na lista dos atrativos que esse animal traz”, explica o técnico da ABSG, Anderson Fernandes. E como a palavra da vez na pecuária é rendimento e com uma expectativa de consumo de carne bovina equivalente a 56,84 milhões de toneladas somente em 2023, segundo dados da USDA, transformar ganho de peso em carne é um dos grandes objetivos na produção de proteína animal atual.

“Hoje um animal top na balança tem uma média de rendimento de 50%, com 20 arrobas e 24 meses de idade. Nos abates técnicos que acompanhamos a média alcançada por animais cruzados com Santa Gertrudis alcançaram 58% aos 15 meses de idade, ou seja, o ganho volta para o produtor com muito menos tempo, mais volume e mais rentabilidade”, ressalta o presidente da Associação e criador, Gustavo Barretto.

Com relação à nutrição, Gustavo explica que nada é feito diferente do que é normalmente realizado com demais animais sintéticos. “A raça exige tanto quanto qualquer outra, a nutrição do rebanho deve ser realizada de acordo com cada sistema produtivo”, aponta.

Atualmente o gado puro Santa Gertrudis está presente em 14 estados brasileiros, mas reprodutores e animais sem registro estão espalhados por todo território nacional. “Queremos mostrar ao produtor a capacidade do Santa, e por isso e também para comemorar o septuagésimo aniversário da raça no País, iremos promover um Congresso Internacional no fim do ano, com muita informação e troca de experiência entre os criadores”, finaliza Barretto.


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