Bovinos Girolando emitiram 39% menos metano por quilograma de leite, entre 2000 e 2020, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A produção desse alimento, no mesmo período, aumentou 60%.Esses dados, aliados ao conforto térmico apresentado por aqueles animais e ao seu histórico de melhoramento genético, apontam a raça como promissora para o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução de gases de efeito estufa.
A grande novidade de 2022 da avaliação genética da raça, foi a PTA (sigla em inglês que significa capacidade de transmissão prevista para os descendentes) da característica ligada à tolerância ao estresse térmico.
A inclusão do PTA aconteceu no último Sumário de Touros do Programa de Melhoramento Genético do Girolando (PMGG) e usou como base o estudo conduzido pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Neste estudo foram analisados cerca de 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas e, aproximadamente, 21 mil animais genotipados, ao longo de uma década em todo o País.
O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva, elucida que o conforto térmico é significativo nos sistemas de produção a pasto em clima tropical, como é o caso do Brasil. Segundo Silva, quando as vacas estão em estresse térmico, podem deixar de produzir em média 1.000kg de leite, considerando uma lactação de 305 dias , no caso de estresse térmico severo, as perdas superaram os 2kg de leite por lactação.
“As vacas Girolando, comparadas às Holandesas, tendem a ter melhores desempenhos produtivo e reprodutivo, apesar do aumento da temperatura e da umidade. Dessa forma, a raça contribui para que a oferta de matéria-prima para os laticínios seja mais estável, independentemente da estação do ano e das condições climáticas”, observa Marcus Vinicius.
*Com supervisão de Thiago Gonçalves, jornalista.
Com informações de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Fotos:Divulgação/ Embrapa