O mercado do leite tem se mostrado cada vez mais competitivo e o cenário atual é o melhor dos últimos quatro anos, isso se deve especialmente aos investimentos no melhoramento genético. Conforme o presidente da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), Eduardo Ziehlsdorff, o produtor já reconhece que o melhoramento genético é um agente importante no processo, pois tem custo baixo e o efeito na evolução do projeto pecuário é a longo prazo. ”A genética se perpetua no plantel, sendo repassada para as próximas gerações”, afirma.
A evolução das técnicas reprodutivas potencializam os benefícios. Um exemplo disso é o sêmen sexado que dá ao criador a possibilidade de escolha do sexo do bezerro e isso colabora diretamente na rapidez de renovação do plantel.
“Estamos vivendo uma transformação positiva na pecuária leiteira. Há propriedades com 100, 300 ou 500 vacas com média de produtividade superior a 40 litros de leite. É algo fantástico e inimaginável até pouco tempo atrás. Esse dado também mostra como o efeito da genética melhoradora é contínuo e rápido”, explica Eduardo.
Para o presidente da Asbia, é vital que todos os produtores entendam a importância do investimento na multiplicação da genética superior.
“A inseminação e outras biotecnologias reprodutivas podem colaborar com o crescimento de pequenos pecuaristas, potencializando seus ganhos, e com médios e grandes projetos, os consolidando ainda mais no setor de produção leiteira”, afirma.
Ainda segundo Eduardo, o caminho natural é a democratização cada vez maior do acesso às tecnologias de reprodução, com acesso facilitado a todos os tamanhos de projeto. “Atualmente, há menos criadores, mas a oferta de leite continua aumentando. Esse é o fruto de animais ainda mais produtivos. Além dos ganhos de produtividade, esse aporte de tecnologia proporciona ganho de escala, contribuindo para a redução dos custos em uma atividade em que cada centavo faz a diferença”.
Uma boa notícia é a possível inclusão do leite na merenda escolar. Se sair do papel, essa medida terá duplo impacto: aumentará a demanda interna e fornecerá aos estudantes – especialmente os mais carentes – um alimento essencial e de alta qualidade.
“São 35 bilhões de litros por ano. O consumo interno está em torno de 170 litros por habitante/ano, ainda aquém das exigências da FAO. Porém, se trata de uma atividade de ciclos. E o atual é positivo, que nos permite voltar a falar, inclusive, em exportação”, afirma o presidente.
Em sua conclusão, Eduardo diz que é primordial a continuidade dos investimentos em genética, assim como os cuidados com nutrição, sanidade, conforto e bem-estar animal. “Mais produtividade significa menos custos e com isso mais rentabilidade e motivação para os criadores investirem. E isso é bom para todos”, finaliza.
Com informações Asbia
Foto:Arquivo/Canal do Boi