Produção industrial no Brasil tem o terceiro mês de queda em 2023

Com esse resultado, a indústria nacional está 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia

19/04/2023 às 17:27 atualizado por Thiago Gonçalves - SBA | Siga-nos no Google News
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A variação da produção da indústria no Brasil teve resultado negativo, acumulando queda de 0,6% entre os meses de janeiro e março. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com esse resultado, a indústria nacional está 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 19% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.

Entre as 25 atividades pesquisadas na PIM, nove apresentaram retração. Entre as mais influentes estão os ramos de produtos alimentícios (-1,1%), de produtos químicos (-1,8%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%). “Entre os alimentos, alguns dos destaques negativos vieram da menor produção de carnes de bovinos, aves e suínos, sucos e derivados da soja. A queda observada na produção de carne bovina teve a influência da suspensão das exportações para a China por conta do mal da vaca louca no final do mês de fevereiro”, elenca o pesquisador.

Na comparação com fevereiro de 2022, a produção industrial apresenta recuo de 2,4%. O resultado para 2023 (janeiro-fevereiro) é de -1,1% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses é de -0,2%. “Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Também as atividades de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%) e de produtos de metal (-1,4%) ajudaram a pressionar a variação negativa da indústria nacional.

Já entre as 16 atividades com alta na produção, destaque para indústrias extrativas (4,6%), que intensificou a expansão de janeiro (3,4%). Também registraram avanços os setores de bebidas (3,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%), de impressão e reprodução de gravações (11,2%), de produtos diversos (4,0%), de metalurgia (0,8%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,0%).

No que diz respeito às grandes categorias econômicas, a maior taxa negativa foi de bens de consumo duráveis, que registrou recuo de 1,4%, intensificando a perda de 1,2% de janeiro. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também teve redução na produção, interrompendo quatro meses consecutivos de crescimento. Setores de bens de capital (0,1%) e de bens intermediários (0,5%) registraram variações positivas.

Na comparação com fevereiro de 2022, setor industrial nacional apresentou recuo de 2,4%. A queda na produção foi disseminada e atingiu 17 dos 25 ramos. As influências negativas mais importantes vieram de produtos químicos (-8,0%), produtos alimentícios (-3,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,1%) e máquinas e equipamentos (-9,0%).

Entre as oito atividades em alta, a de indústrias extrativas (5,1%) exerceu a maior influência sobre a média da indústria, impulsionada, principalmente, pela maior produção dos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.

“O recuo nessa comparação reverte o avanço de 0,3% registrado em janeiro deste ano”, sublinha Macedo, ressaltando a influência do chamado efeito-calendário. “Fevereiro de 2023 teve um dia útil a menos, com 18 dias úteis”, conclui.

Com informações do IBGE

Foto: Divulgação/Canal do Boi


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