O Brasil resgistrou em 2022 mais de dois mil casos envolvendo conflitos dentro de áreas rurais. Nesta disputa estão mais de 80 milhões de hectares de terra envolvendo 909,4 mil pessoas, correspondendo a média de um conflito a cada quatro horas. Esses números indicam o aumento de 10,39% em relação a 2021 quando houve o registro de 1.828 ocorrências.Os dados constam no relatório anual sobre violência no campo, divulgado pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), nesta segunda-feira (17).
As ocorrências abrangem não apenas às disputas específicas pela terra, mas também a disputa por água, trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, contaminação por agrotóxico, mortes, dentre outros casos de violência. Somente as ocorrências de conflito por terra alcançaram 1.572 ocorrências no país. O número representa um aumento de 16,70% em relação ao ano anterior.
A região da Amazônia Legal concentrou no último ano um total de 1.107 conflitos no campo e isso representa mais da metade das ocorrências no país, aponta o relatório. Dos 47 assassinatos no campo registrados no Brasil no ano passado, 34 ocorreram na região amazônica, o que representa 72,35% de todos os assassinatos no país.
Áreas de fronteira agrícola da Amazônia têm apresentado índices crescentes de conflito. A região virou sido palco para o crescente número de conflitos por terra nos últimos anos, especialmente nos territórios indígenas. Somente em 2022, foram registrados 150 ocorrência desta natureza na região, o terceiro maior número nos últimos dez anos.
Com informações de: Agência Brasil
Foto: Divulgação/Polícia Federal
* Com supervisão de Elaine Silva, jornalista.