O Boletim Focus desta semana, divulgado ontem (20) pelo Banco Central, mostra que a previsão do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país, teve uma variação negativa de 5,96% para 5,95% este ano. A pesquisa semanal com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos indica ainda que, para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,11%. Para os anos de 2025 e 2026, as previsões são de inflação em 3,9% e 4%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%. Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação do próximo ano também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5%.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em fevereiro, o IPCA ficou em 0,84%, puxado pelo grupo Educação, com os reajustes aplicados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 1,37% no ano e de 5,6% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 5,77% verificados no período imediatamente anterior.
Juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A taxa está nesse nível desde agosto de 2022 e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
O mercado financeiro estima que a Selic feche 2023 em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, 2025 e 2026 a expectativa é de que a taxa básica caia 10% e 9% ao ano, nos dois últimos anos.
PIB e câmbio
Ainda conforme o Boletim Focus, a projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou para baixo, saindo de 0,89% para 0,88%. Para 2024, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto), que equivale à soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de aumento de 1,47%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
Quanto ao dólar, a estimativa para a cotação está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para o final de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.
Com informações da Agência Brasil