O período de outubro a março requer atenção dos produtores de erva-mate quanto ao ataque da broca-da-erva-mate (Hedypathes betulinus), também conhecida como besouro corintiano. Essa é a principal praga que atinge a cultura e se multiplica nesta época do ano devido ao clima quente e úmido.
Para descobrir se um erval está sob ameaça, o monitoramento periódico, principalmente entre os meses de novembro a março, é crucial. Isso porque as larvas do besouro constroem galerias no tronco que impedem a circulação da seiva, o que pode causar a morte da planta.
O besouro adulto mede, aproximadamente, 2,5 centímetros de comprimento, com o corpo de coloração preta, recoberto por pelos brancos. Durante o processo de perfuração, a larva vai compactando atrás de si a serragem, que lhe serve de proteção, e, quando expelida para fora da planta, denuncia a presença da praga. Os adultos vivem muito tempo e estão presentes em maior número entre os meses de outubro e maio.
Combate
Por ser um produto consumido in natura, o uso de biodefensivos é uma alternativa para controlar a praga de forma sustentável. Segundo a pesquisadora da Embrapa Florestas, Susete Chiarello Penteado, o uso do biodefensivo Bovemax EC, por exemplo, é uma medida efetiva no controle da praga e tem se mostrado fundamental para a sanidade dos ervais e, consequentemente, para o equilíbrio econômico de toda a cadeia produtiva.
O produto tem como ingrediente ativo esporos do fungo Beauveria bassiana, que provoca a morte dos insetos, além de ser o único com registro junto ao Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) para uso na erva-mate. A aplicação deve ser feita duas vezes ao ano, durante a época de maior reprodução dos insetos no período das águas.
Produção
De acordo com o último levantamento do Ibramate (Instituto Brasileiro da Erva-Mate), a produção brasileira da cultura envolve mais de 19 mil propriedades. Em 2021, o setor movimentou R$ 175 milhões em valor de produção e registrou uma área colhida superior a 39 mil hectares.
Os estados da região Sul seguem no topo do ranking dos produtores mais importantes do país. O Paraná, por exemplo, detém 87,4% da produção nacional, segundo dados do IBGE.
Com informações da Climatempo