Balança comercial atinge superávit de US$ 2,837 bilhões em fevereiro

Valor registrado é o terceiro melhor resultado para o mês, segundo a Secretaria de Comércio Exterior

03/03/2023 às 11:53 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Imagem: Pixabay

A queda nas exportações de café, carne bovina e petróleo fez o superávit da balança comercial recuar 35,3% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado lucro de US$ 4,629 bilhões. No mês passado, o país exportou US$ 2,837 bilhões a mais do que importou, mas, apesar da queda, esse é o terceiro melhor resultado para o mês, perdendo apenas para fevereiro de 2022 e de 2017.

Nos dois primeiros meses deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 5,446 bilhões, 19,2% a mais do que o obtido nos mesmos meses do ano passado pelo critério da média diária. O saldo acumulado é o segundo melhor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 1989, ficando atrás do superávit de US$ 6,722 bilhões no primeiro bimestre de 2017.

Comercialização

No mês passado, o país vendeu US$ 20,56 bilhões para o exterior e comprou US$ 17,723 bilhões. As exportações caíram 7,7% em relação a fevereiro de 2022, pelo critério da média diária. As importações também caíram, neste caso 0,9%, pelo critério da média diária e atingiram o terceiro maior valor mensal da história, perdendo para fevereiro de 2022 e de 2014.

No caso das vendas externas, o recuo deve-se mais à diminuição do volume comercializado do que dos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas caiu, em média, 12,3% na comparação com fevereiro do ano passado, enquanto os preços médios baixaram 0,8%.

Com relação às importações, a quantidade comprada pelo Brasil caiu 6,3%, refletindo a desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 1,2%. A alta dos preços foi puxada principalmente por compostos químicos e medicamentos, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Os preços dos fertilizantes químicos, que subiram fortemente no ano passado, apresentaram redução de 19,7% de fevereiro de 2022 a fevereiro de 2023.

Setores 

Foto: Ivan Bueno

Na agropecuária, o atraso de embarques foi o fator que pesou mais na queda das exportações, apesar da valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). O preço médio avançou 8,4% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o volume de mercadorias embarcadas caiu 13,1%. Nos últimos 12 meses, os produtos com maior destaque na queda das exportações agropecuárias foram algodão bruto (73,1%), café não torrado (44,3%) e soja (3%).

Na indústria de transformação, a quantidade exportada caiu 5,4%, com o preço médio aumentando 4,2%, puxada por laminados de aço (57,6%) e carne bovina (27%), refletindo a suspensão das exportações para a China após a descoberta do caso de mal da vaca louca no Pará, bem como açúcares e melaços (19,2%).

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade embarcada caiu 29,4%, e os preços médios recuaram 17,3% em relação a fevereiro do ano passado. O petróleo bruto voltou a puxar a queda das exportações, com volume recuando 58,8% e os preços caindo 22%. Isso ocorreu por causa da manutenção das plataformas da Petrobras. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo estão caindo porque os efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia da Covid-19 já foram incorporados às cotações.

Neste setor, as maiores quedas foram registradas nas exportações de pedra, areia e cascalho (68,4%), óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (67,9%) e minérios de níquel e seus concentrados (100%).

Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas no trigo e centeio, não moídos (21,6%); produtos hortícolas (24,7%) e látex (41,4%), na agropecuária; outros minérios e concentrados dos metais de base (16,1%), carvão (31,2%) e gás natural (85%), na indústria extrativa; e adubos ou fertilizantes químicos (39,2%), caldeiras (98,1%) e válvulas e tubos termiônicos (26,1%), na indústria de transformação.

Estimativa

Diferentemente do habitual, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) não divulgou uma estimativa para o saldo da balança comercial neste ano. Tradicionalmente, as projeções são divulgadas no primeiro mês de cada trimestre. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 57,35 bilhões em 2023.

Com informações da Agência Brasil


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