O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, disse durante entrevista ao apresentador Fabiano Reism, do programa Agricultura BR, que a suspensão das exportações de carne bovina para a China deve acabar em breve, sem, porém, estimar uma data.
A suspensão ocorreu após notificação de caso atípico de vaca louca em Marabá (PA), em fevereiro.
“Em breve [a venda de carne] vai abrir de novo e a China vai continuar sendo um grande comprador de carne bovina brasileira”, disse. Ainda de acordo com Tang, o governo Chinês não teria outra alternativa, além do Brasil, para abastecimento do mercado interno.
Veja a entrevista.
Entenda o caso
As exportações de carne bovina à China estão suspensas desde a última semana por causa da confirmação de um caso de mal da vaca louca no Pará.
Esta será a segunda vez em um ano e meio que o Brasil suspende a exportação de carne bovina à China. De setembro a dezembro de 2021, o país asiático, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu as compras após dois casos atípicos, em Minas Gerais e em Mato Grosso.
Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocados pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados.
Vaca Louca
Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa também chamada de encefalite espongiforme bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.
Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca nos seres humanos a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.
Com informações do Mapa
Foto: Canal do Boi