Balança comercial registra maior superávit para janeiro em 17 anos

No comparativo como mesmo período do ano passado, a balança registrou um déficit de US$ 58,7 milhões

03/02/2023 às 08:47 atualizado por Patrícia Martins* - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Mapa

O Brasil exportou em janeiro o montante de US$ 2,716 bilhões a mais do que importou, fazendo com que a balança comercial tivesse o maior superávit para o mês de janeiro desde 2006. Os principais responsáveis foram a safra de milho e as exportações de petróleo. 

No mês passado, o país vendeu para o exterior, a totalidade de US$ 23,137 bilhões, em contrapartida comprou o montante de US$ 20,420 bilhões. No comparativo com janeiro de 2022, a balança registrou um déficit de US$ 58,7 milhões. 

As exportações subiram 11,7% em relação a janeiro do ano passado, pelo critério da média diária, e bateram também recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989. As importações caíram 1,7% pelo critério da média diária, mas subiram 2,3% no valor absoluto, devido ao maior número de dias úteis em janeiro deste ano.

Segundo o Boletim Focus, pesquisa de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, a expectativa é de superávit alcance US$ 57,6 bilhões para 2023.

Exportação

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 9,5% na comparação com janeiro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 5,6%. No que se refere a valorização dos preços das mercadorias, o índice poderia ter sido maior se não fosse pela queda de compra do minério de ferro em 7,2% e por produtos industrializados de ferro cujo preço recuou 11,8% devido a desaceleração da economia chinesa.

Os produtos com maior destaque nas exportações no setor da agropecuária, foram milho não moído com 163% e sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão com alta de 732,3%. O destaque negativo das exportações, foram a soja com recuo de 61,1% e do algodão bruto com queda de 41,5%.

Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram nos minerais em bruto, alta de 151,1%, minérios de cobre e seus concentrados com acréscimo de 129,5% e óleos brutos de petróleo alta de 45,6%. Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram nas aeronaves, incluindo componentes em 364,4%, açúcares e melaços com 67,5% e carnes de aves com 35,8%.

Foto: Tânia Rego-Agência Brasil

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 31,8%, mas os preços médios recuaram 3,1% em relação a janeiro do ano passado. O petróleo bruto voltou a puxar o aumento das exportações, com alta de 49,8% e com a queda nos preços de 2,8%, reflexo da retomada da produção da Petrobras. 

Importação

Em relação as importações, houve queda de 1,7% na média diária, porém no acumulado do mês, houve acréscimo de 2,3% devido ao maior número de dias úteis em janeiro deste ano, o que contribuiu também para o recorde batido.

O volume de mercadorias compradas caiu 1,6%, um reflexo da desaceleração da economia brasileira, mas os preços médios aumentaram em 5%. A alta dos preços foi puxada principalmente por petróleo e medicamentos, itens que ficaram mais caros após a guerra entre Rússia e Ucrânia.

As maiores quedas de importação foram registradas no milho não moído, exceto milho doce com 20,8%, soja com 34,8% e látex com 31,4%.  

Com informações do Banco Central 

*Com supervisão de Elaine Silva, jornalista
 


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