Produção brasileira de café pode atingir 54,94 milhões de sacas

Estimativa da Conab aponta para um desempenho 7,9% maior ante a safra anterior

19/01/2023 às 16:32 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
:
Foto: Pixabay

Em 2023, mesmo sendo um ano de bienalidade negativa, o Brasil deve produzir 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Segundo informações do 1º Levantamento da Safra de Café, divulgado hoje (19) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o volume é 7,9% maior do que foi colhido no ano passado (50,9 milhões de sacas).

De acordo com o estudo, a área total destinada à cafeicultura no país, contabilizando as duas espécies mais cultivadas – arábica e conilon –, totaliza 2,26 milhões de hectares, alta de 0,8% sobre a área da safra anterior. Deste total, 1,9 milhão de hectares foram destinados às lavouras em produção e 355,5 mil hectares em formação.

Para o café arábica, as estimativas iniciais da companhia apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do Brasil. Se confirmado, o impacto sobre a perspectiva nacional será positivo, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras.

Foto: Pixabay

“De maneira geral, há um aumento na área total do país em produção em relação ao ciclo passado, bem como uma estimativa de incremento na produtividade média, impulsionado, particularmente, pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná”, explica o superintendente substituto de Informações da Agropecuária da Conab, Rodrigo Souza. “Assim, a expectativa de produção neste primeiro levantamento é de 37,43 milhões de sacas de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022”, complementa.

Quanto ao conilon, depois de uma safra recorde em 2022, a expectativa para a temporada atual sinaliza uma certa redução no potencial produtivo, particularmente devido às intercorrências climáticas registradas no Espírito Santo, principal estado produtor da espécie, que impactou fortemente as lavouras em fases iniciais do ciclo.

“Mesmo com o aumento na área em produção, a estimativa para o rendimento médio deve sofrer um decréscimo em relação à safra anterior”, destaca o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Rafael Fogaça. “Isso impacta, consequentemente, na perspectiva de produção total, que está avaliada, nesse primeiro levantamento, em 17,51 milhões de sacas de café conilon beneficiado, 3,8% menor que o volume nacional obtido na safra passada”, acrescenta.

Outras regiões

Em outros estados, o levantamento da Conab prevê uma produção de 4,72 milhões de sacas da espécie arábica em São Paulo, volume 7,7% maior na comparação com o resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arábica e 2,39 milhões de sacas de conilon.

Em Rondônia, a expectativa é que sejam colhidas 2,94 milhões de sacas de conilon, alta de 5,1% frente à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arábica, espera-se um incremento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas.

No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arábica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada. Em Goiás, também deve ser registrada queda de 16% na produção, que totalizará 233,3 mil sacas de café em 2023. Já em Mato Grosso, a previsão é de crescimento de 2%, alcançando um volume de 232,5 mil sacas, resultado do início de produção dos cafezais clonais inseridos a partir de 2020.

Mercado

As análises do mercado de café, realizadas pela Conab, indicam que o Brasil, maior produtor mundial do grão, exportou 39,8 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2022, o que representa uma queda de 6,3% na comparação com o ano anterior. Essa redução está atrelada ao declínio da taxa de câmbio no país e da oferta interna no período. Com o real mais forte em relação ao dólar no ano passado, o interesse pela exportação de café perdeu força na comparação com o ano anterior.

Foto: Pixabay

“Nos últimos ciclos, as lavouras de café foram prejudicadas pelos efeitos climáticos, em especial, pelo tempo seco sob influência do fenômeno La Niña, e pelas geadas ocorridas no inverno de 2021, que impactaram negativamente na produção de 2022”, informou o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. A restrição dos estoques, influenciada pelas adversidades climáticas que limitaram a produção do café arábica em 2021 e 2022, inibiu as vendas externas de café em 2022.

No ano passado, o café brasileiro foi exportado para 145 países, sendo Estados Unidos e Alemanha os principais destinos. Em termos de valores, as vendas do grão atingiram o maior valor já registrado na série histórica do produto. Apesar da queda na quantidade embarcada, o preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto alcançasse US$ 9,2 bilhões em 2022, correspondendo a um aumento de 45% na comparação com o valor observado em 2021. 

Com informações da Conab


Últimas Notícias