O terceiro prognóstico do IBGE para a safra 2023 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 296,2 milhões de toneladas, um recorde da série histórica, com alta de 12,6% (ou 33,1 milhões de toneladas) ante 2022. Essa alta na produção deve-se ao crescimento na soja (24,1% ou 28.835.920 toneladas), no milho 1ª safra (16,2% ou 4.126.973 toneladas), no milho 2ª safra (2,5% ou 2.132.992 toneladas), no algodão herbáceo em caroço (1,3% ou 53.907 toneladas), no sorgo (5,3% ou 150.261 toneladas) e no feijão 1ª safra (3,7% ou 40.302 toneladas).
A estimativa final para a safra de 2022 totalizou 263,2 milhões de toneladas, sendo 3,9% maior que a obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas). Ante à previsão anterior, houve alta de 501.137 toneladas (0,2%). Arroz, milho e soja responderam por 91,4% da produção e 87,0% da área colhida.
Para a soja, a estimativa de produção de 2022 foi de 119,5 milhões de toneladas; para o milho, de 110,2 milhões de toneladas (25,4 milhões de toneladas na 1ª safra e 84,7 milhões de toneladas na 2ª); para o arroz, de 10,7 milhões de toneladas; para o trigo, de 10,0 milhões de toneladas; e, para o algodão (em caroço), de 6,7 milhões de toneladas.
A estimativa para 2022 teve altas anuais em quatro regiões: Centro-Oeste (12,2%), Sudeste (13,4%), Norte (10,0%) e Nordeste (10,4%) e negativa para a Sul (-14,5%).
Quanto à variação mensal, houve aumento na região Sul (0,8%); estabilidade no Sudeste (0,0%), Nordeste (0,0%) e Centro-Oeste (0,0%), e declínio no Norte (-0,2%).
A 12ª estimativa para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 alcançou 263,2 milhões de toneladas e uma área colhida de 73,2 milhões de hectares. Em relação a 2021, houve aumento de 4,7 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, houve crescimento de 22.995 hectares (0,0%).
Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 10,0% na área do milho (alta de 6,5% no milho 1ª safra e de 11,2% no milho 2ª safra), de 17,9% na do algodão herbáceo (em caroço), de 4,9% na da soja e de 13,0% na do trigo, ocorrendo declínio de 3,4% na área do arroz.
Na produção, ocorreram acréscimos de 15,2% para o algodão herbáceo (em caroço), de 28,5% no trigo e de 25,5% no milho, com queda de 0,9% no milho na 1ª safra e alta de 36,4% no milho na 2ª safra. Houve queda de 11,4% para a soja e de 8,3% para o arroz em casca.
Entre as unidades da federação, o Mato Grosso, maior produtor nacional, tem participação de 30,7% no total do país, seguido pelo Paraná (12,7%), Goiás (10,4%), Rio Grande do Sul (10,0%), Mato Grosso do Sul (8,4%) e Minas Gerais (6,5%).
Em relação a novembro, houve aumentos nas estimativas da produção da castanha-de-caju (19,6% ou 24.097 toneladas), do trigo (5,0% ou 482.531 toneladas), da aveia (3,3% ou 37.907 toneladas), da batata 3ª safra (0,4% ou 4.150 toneladas), do café arábica (0,4% ou 7.838 toneladas), da cevada (0,2% ou 1.059 toneladas), do café canéfora (0,1% ou 871 toneladas), do milho 1ª safra (0,1% ou 13.374 toneladas), do milho 2ª safra (0,0% ou 8.940 toneladas), da batata 1ª safra (0,0% ou 90 toneladas) e declínios da batata 2ª safra (-1,9% ou -24.440 toneladas) e da soja (-0,0% ou -17.653 toneladas).
Entre as regiões, Centro-Oeste produziu 130,7 milhões de toneladas (49,7%); Sul, 65,7 milhões de toneladas (25,0%); Sudeste, 27,8 milhões de toneladas (10,6%); Nordeste, 25,4 milhões de toneladas (9,8%) e Norte, 13,5 milhões de toneladas (5,1%). Em relação à produção, houve variação anual positiva para quatro regiões: Centro-Oeste (12,2%), Norte (10,0%), Sudeste (13,4%), Nordeste (10,4%), e negativa para a Sul (-14,5%). No mês, houve altas na região Sul (0,8%) e estabilidade no Sudeste (0,0%), Nordeste (0,0%) e Centro-Oeste (0,0%). A região Norte apresentou declínio (-0,2%).
Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2022
As principais variações positivas nas estimativas da produção, ante o mês anterior, ocorreram no Rio Grande do Sul (516.147 toneladas), Mato Grosso do Sul (52.777 t toneladas), Ceará (11.940 toneladas), Acre (3.595 toneladas), Alagoas (2.575 toneladas), Minas Gerais (2.250 toneladas), Espírito Santo (478 toneladas) e Piauí (37 toneladas). As variações negativas ocorreram no Distrito Federal (-45.420 toneladas), Rondônia (-34.961 toneladas), Maranhão (-6.888 toneladas), Rio Grande do Norte (-1.376 toneladas) e Rio de Janeiro (-17 toneladas).
Bata inglesa
A produção da batata, considerando-se as três safras do produto, foi de 4,0 milhões de toneladas, declínio de 0,5% em relação a novembro. Em relação à 2021, a estimativa de produção total de batata-inglesa apresenta retração de 2,4%.
A 1ª safra, (42,1% do total de batata a ser produzida no ano), praticamente não variou frente ao mês anterior. A produção foi estimada em 1,7 milhão de toneladas. A 2ª safra (31,2% da produção) foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, 1,9% menor que em novembro. A estimativa da produção da 3ª safra foi de 1,1 milhão de toneladas, com alta de 0,4%.
Café
A produção brasileira de café, para 2022, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,1 milhões de toneladas, ou 52,3 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 0,3% em relação ao mês anterior, e aumento de 6,8% em relação a 2021.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,0 milhões de toneladas, ou 33,9 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 0,4% em relação ao mês anterior, e crescimento de 5,9% em relação ao ano anterior. Em 2022, a safra do café arábica foi de bienalidade positiva, o que deveria resultar em um aumento mais expressivo da produção. Contudo, condições climáticas desfavoráveis reduziram o potencial de produção esperado.
Para o café canephora, (conillon), a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas, ou 18,4 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 0,1% em relação ao mês anterior e crescimento de 8,4% em relação a 2021. A área plantada apresentou crescimento de 0,4%.
Milho, soja e arroz
A estimativa para a produção do milho foi de 110,2 milhões de toneladas, estável em relação ao mês anterior, e o pequena variação na área colhida (-0,1%). Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 25,5% na produção, com a recuperação da safra, após os problemas climáticos enfrentados em 2021 durante a 2ª safra.
Para o milho 1ª safra, a produção foi mantida em 25,4 milhões de toneladas comparativamente ao mês anterior, com aumento de 0,1% e redução de 0,1% na área colhida. Em relação a igual período de 2021, embora a área colhida tenha crescido 6,5%, a produção apresentou decréscimo de 0,9%, justificada pela queda de 7,0% no rendimento médio.
Para o milho 2ª safra, a produção foi de 84,7 milhões de toneladas, praticamente sem variação em relação ao mês anterior. Em relação à 2021, houve alta de 36,4%. Em 2022, o clima foi favorável às culturas da 2ª safra, com mais chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras, ao contrário de 2021, quando ocorreram severas estiagens.
SOJA (em grão) – A produção alcançou 119,5 milhões de toneladas, estável ante o mês anterior e com queda de 11,4% frente a 2021, mesmo com a ampliação de 4,9% da área colhida. A prolongada estiagem na região centro–sul do País foi determinante para a redução em 2022. A soja permanece como o grão de maior peso com participação de 45,4%.
Para 2023, terceiro prognóstico estima safra 12,6% maior que a de 2022
Neste terceiro prognóstico, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2023 deve ser recorde e somar 296,2 milhões de toneladas, com crescimento de 33,1 milhões de toneladas (12,6%) em relação a 2022. O aumento da produção deve-se, principalmente, à maior previsão para a soja (24,1% ou 28 835 920 toneladas), para o milho 1ª safra (16,2% ou 4 126 973 toneladas), para o milho 2ª safra (2,5% ou 2.132.992 toneladas), para o algodão herbáceo em caroço (1,3% ou 53.907 toneladas), para o sorgo (5,3% ou 150.261 toneladas) e para o feijão 1ª safra (3,7% ou 40.302 toneladas).
Foram estimados declínios na produção para o arroz (-3,4% ou -360.132 toneladas), para o feijão 2ª safra (-9,9% ou -132.650 toneladas), do feijão 3ª safra (-1,0% ou -6.643 toneladas) e do trigo (-16,2% ou -1.626.045 toneladas). Em relação a segunda estimativa, o crescimento foi de 0,8%, o que representou 2,2 milhões de toneladas.
A área prevista tem variações positivas para a soja (4,5%), feijão 2ª safra (1,3%), algodão herbáceo (0,5%) e milho em grão 2ª safra (1,8%), e variações negativas para o arroz (-4,3%), sorgo (-1,3%), feijão 1ª safra (-2,1%), feijão 3ª safra (-1,4%) e o trigo (-3,3%).
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A produção, em 2022, foi de 147,2 mil toneladas, aumentos de 19,6% em relação a novembro e de 33,0% em relação ao ano anterior.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A produção do trigo foi de 10,0 milhões de toneladas, crescimentos de 5,0% em relação ao mês anterior e de 28,5% em relação a 2021. A estimativa da produção da aveia foi de 1,2 milhão de toneladas, aumentos de 3,3% em relação ao mês anterior, e de 13,9% em relação a 2021. Para a cevada, a produção estimada foi de 503,6 mil toneladas, altas de 0,2% em relação a novembro e de 15,3% ante 2021.
Destaques do terceiro prognóstico para 2023
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 6,8 milhões de toneladas, um aumento de 0,5% em relação a segunda estimativa e um crescimento de 1,3% em relação ao ano anterior. O aumento na estimativa da área plantada (0,4%) foi o principal fator que influenciou na produção nesse terceiro prognóstico. Em 2022, o clima favoreceu a produção do algodão, notadamente na 2ª safra, época em que a maior parte da cultura é cultivada.
ARROZ (em casca) – A terceira estimativa aponta para uma produção de 10,3 milhões de toneladas, declínio de 0,3% em relação ao mês anterior (2º prognóstico), e redução de 3,4% em relação a 2022, com declínio de 4,3% na área a ser colhida. Contudo, essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado brasileiro.
FEIJÃO (em grão) – O terceiro prognóstico para a produção de feijão para 2023, considerando-se as três safras, é de 3,0 milhões de toneladas, declínio de 3,2% em relação à safra colhida em 2022. A 1ª safra deve produzir 1,1 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 641,7 mil toneladas. Essa produção deve atender ao consumo do mercado interno em 2023.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho é de 116,4 milhões de toneladas, alta de 5,7% em relação à 2022 e novo recorde da série histórica. Para o milho 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 29,6 milhões de toneladas, um crescimento de 16,2% em relação à safra de 2022, com destaque para a produtividade das lavouras que deve aumentar 13,9%. Para o milho 2ª safra, estima-se uma produção em 2023 de 86,9 milhões de toneladas, aumento de 0,6% em relação ao mês anterior (2º Prognóstico), e crescimento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
SOJA (em grão) – O volume produzido deve superar em 24,1% o de 2022. Na nova avaliação, houve reajuste mensal de 1,3% na quantidade produzida, influenciado pelo aumento de 0,8% na área cultivada. O crescimento anual da produção se deve, principalmente, à expectativa de incremento no rendimento médio da cultura, que deve superar em 18,9% o alcançado em 2022, somado a expansão de 4,5% nas áreas de cultivo, totalizando 40,9 milhões de hectares.
A produção esperada de 148,4 milhões de toneladas de soja deve representar mais da metade do total de grãos produzidos no País em 2023, um novo recorde da série histórica.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo, para 2023, é de 3,0 milhões de toneladas, aumentos de 0,5% em relação ao mês anterior (2º Prognóstico), e incremento de 5,3% em relação a 2022. A área colhida deve manter-se estável quando se compara com o Prognóstico de novembro, enquanto no comparativo anual espera-se queda de 1,3%, devendo reduzir-se em todas as regiões, com exceção da Norte, em que se espera aumento de 5,7%.
TRIGO (em grão) - A estimativa da produção do trigo, para 2023, foi de 8,4 milhões de toneladas, declínio de 16,2% em relação a 2022, com o rendimento médio devendo alcançar 2 773 kg/ha, decréscimo de 13,3%. Em 2022, a produção foi recorde, sendo uma base de comparação elevada.
*Com informações e foto de capa do IBGE