Foto: Pixabay
O terceiro levantamento da safra 2022/2023 de cana-de-açúcar, divulgado ontem (27) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), aponta que o Brasil deverá produzir 36,4 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, um acréscimo de 4,1% frente à temporada 2021/2022. O motivo seria a virada na destinação da cana, sobretudo por razões mercadológicas e tributárias ao longo de 2022, que tornou a produção do adoçante mais rentável em várias das regiões produtoras.
Quanto ao etanol total (proveniente do milho e da cana-de-açúcar), está previsto um aumento de 4,2% para o biocombustível em relação à safra passada. Segundo a companhia, houve forte incremento no etanol à base de milho, com alta de 30,7% sobre o ciclo anterior. A produção total do país está estimada em 31,14 bilhões de litros, sendo 12,55 bilhões de anidro e 18,59 bilhões de hidratado.
Mercado
Os levantamentos de safra realizados pela Conab também analisam a situação de mercado dos produtos. Nesta edição, verificou-se que os preços do açúcar e do etanol têm aumentado desde setembro, ganhando maior intensidade ao longo de novembro. Esse movimento tem um componente sazonal, originado do período de entressafra no Brasil. Assim, com a expectativa de redução da oferta de cana-de-açúcar, a tendência é de aumento dos preços devido ao período de entressafra.
No caso do açúcar, a redução da oferta de cana em novembro devido ao encerramento da moagem na maioria das indústrias, contribuiu para que os preços do produto no mercado doméstico valorizassem 6% na comparação com o mês de outubro. No mercado internacional, o comportamento também foi de elevação em razão da demanda aquecida, com a quantidade abaixo do esperado de açúcar disponível para exportação pela Índia, que contribuiu para o incremento nas exportações brasileiras, que já totalizam 22,1 milhões de toneladas vendidas, 13,4% maior que o observado em igual período da safra anterior.
Foto: pixabay
Para o etanol, a entressafra de cana-de-açúcar também acarretou elevação nos preços internos, que apresentaram altas expressivas, principalmente na primeira quinzena de novembro. Além disso, as incertezas quanto ao regime fiscal de tributação do biocombustível também tiveram influência significativa nos preços. Com relação às exportações, o incremento na produção de etanol total e o enfraquecimento da demanda do biocombustível no mercado interno favoreceram a ampliação das exportações do produto. No acumulado de abril a novembro deste ano, foi exportado 1,82 bilhão de litros de etanol, incremento de 47,1% na comparação com o mesmo período do ciclo passado.
Com informações da Conab