A ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) iniciou a coleta de informações sobre a produção e custos do cultivo de seringueira. O objetivo é orientar a gestão da cadeia produtiva de florestas plantadas na safra 2021/2022, para que os produtores rurais tenham informações iniciais sobre os sistemas de produção.
Em Mato Grosso do Sul, 10 municípios fazem parte da ATeG em cultivo de seringueiras, totalizando área plantada de 5,6 mil hectares com 2,6 milhões de plantas, cerca de 25% da área plantada do estado. O número é referente a 58% dos estabelecimentos de produtores regionais de borracha.
O levantamento foi realizado nos municípios de Aparecida do Taboado, Cassilândia, Inocência e Paranaíba e revelam que a extração teve início entre 2009 e 2020, com média de 4,6 kg de coágulo por planta em extração na safra 2021/2022, e variações entre 2,71 e 7,5 kg por planta ano. “As variações de produção são em decorrência de geada, metodologia de manejo do seringal, qualificação de mão de obra, número de seringueiros por planta, dentre outras razões”, explica a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial em Florestas Plantadas, Gislene Pereira.
A média do preço pago ao produtor foi de R$ 5,40 por quilo de borracha produzida, variando entre R$ 4,45 nos meses de junho, julho e agosto e de R$ 6,47 de março a abril de 2022.
As informações coletadas correspondem a uma área de mais de 2 mil hectares, com 1,6 milhões de plantas, e 39% em fase de extração e 61% ainda inexploradas. “As razões para esses números são desde plantas que ainda não atingiram a circunferência mínima para início da sangria ou até perdas ocasionadas pelas geadas, além de ataques de animais silvestres, manejo inadequado e carência de mão de obra”, afirma.
O coordenador do departamento de Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, Nivaldo Passos, explica que há um potencial produtivo a ser explorado. “Com o atendimento aos produtores rurais da heveicultura, é possível desenvolver ainda mais a produção de borracha e o manejo das seringueiras do estado”.
O custo médio de manutenção do seringal, calculado em reais/planta/ano, foi de R$ 7,05 com destaque para o pagamento de mão de obra.
As 22 propriedades acompanhadas pelo Senar/MS que participaram do levantamento apresentaram como resultado da safra 2021/2022 uma receita bruta de mais de R$ 8,7 milhões, com custo operacional efetivo de R$ 3,9 milhões. A margem bruta foi de R$ 4,8 milhões, representando R$ 12,00 por planta ou R$ 6 mil por hectare de margem bruta por ano.
Com informações e foto da Famasul
*Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista